A comerciante Maria das Graças Tostes, de 67 anos, se sentia ecluída da sociedade. Ela tinha um celular simples que só fazia ligação e mandava mensagem de texto. Cansada, ela resolveu adquirir um smartphone e entrou para a lista de pessoas conectadas com tudo que aconetce no mundo.
Muitos brasileiros fizeram o mesmo que Maria da Graça. E este movimento, apesar de esperado, foi sem precedentes. Em fevereiro passado, as vendas de celulares comuns caíram 78% em relação ao mesmo mês de 2014, diminuindo de 2,2 milhões para 495 mil aparelhos.
Em março, a queda foi ainda maior: 79%, o maior índice já registrado pela consultoria IDC, que acompanha o mercado de tecnologia.
Esta mudança no mercado começou há dois anos. Em 2012, os celulares comuns representavam 73% das vendas. No ano seguinte, porém, os smartphones começaram a se popularizar e suas vendas mais do que dobraram, ao aumentarem 120%.
Hoje, os celulares comuns respondem por meros 9% do mercado, e deverão cair para 7% no próximo ano, segundo a IDC.
Com isso, os dois tipos de aparelhos inverteram de papéis. O celular comum deixou de ser o padrão para se tornar um nicho, e o smartphone saiu do nicho para virar praticamente o mercado inteiro.