O volume de solicita?es do seguro-desemprego nos postos do Sine/IDT em todo o Cear? cresceu 12% nos dois primeiros meses de 2008, em compara??o com igual per?odo do ano passado. Entre janeiro e fevereiro deste ano 22.444 pessoas deram entrada no benef?cio contra 19.999 requerentes no mesmo acumulado de 2007. Em recursos, o seguro pagou em janeiro e fevereiro deste ano R$ 55,7 milh?es, superando os R$ 48,8 milh?es do ano passado. O ?rg?o representa cerca de 70% das entradas de seguro-desemprego no Estado.
Embora o aumento no fluxo dos pedidos seja uma tend?ncia no in?cio de todos os anos, em fun??o, principalmente, das demiss?es decorrentes dos contratos de fim de ano, conforme observa a coordenadora do Ambiente de Seguro Desemprego do Sine/IDT, J?lia Torres Colares, por outro lado, o incremento na compara??o com o ano passado reflete o comportamento do mercado de trabalho, revelando o aumento de trabalhadores desempregados no Estado este ano frente ao observado em 2007.
Para J?lia Colares, o fato n?o ? t?o negativo, se considerado que, devido ao aquecimento da economia em 2007, mais pessoas foram contratadas para trabalhar em fun??o das festas de fim de ano. ?Como foram contratados mais trabalhadores, ? natural que este ano mais pessoas estejam sendo demitidas em janeiro e fevereiro, quando muitos setores da economia diminuem o ritmo das atividades?, argumenta.
O diretor de estudos e pesquisas do IDT, J?nior Macambira, afirma que n?o h? como negar que a quantidade de requerentes do seguro-desemprego ? um term?metro para avaliar a situa??o dos empregos formais. Segundo ele, os n?meros revelam que no Estado, entre janeiro e fevereiro, foram perdidos no per?odo 6.500 postos de trabalho com carteira assinada.
?A crise na agropecu?ria com a estiagem foi respons?vel pelo fechamento de mais de quatro mil postos. J? na ind?stria de transforma??o, principalmente pelo desaquecimento do setor de confec?es, foi contabilizada uma perda de 2.200 vagas?, exemplifica. Ele acredita que, em 2007, o impacto no seguro-desemprego tenha sido menor porque os trabalhadores conseguiram se reintegrar mais rapidamente ao mercado de trabalho, n?o havendo tempo para muitos entrarem com o pedido do benef?cio.
?Este ano o processo de readmiss?o dos trabalhadores parece estar mais lento, fazendo press?o no seguro-desemprego?, justifica Macambira, que aposta numa breve mudan?a de cen?rio. ?Mar?o e abril tendem a ser meses melhores. Se a economia crescer mais de 4% como est? previsto para 2008, logo teremos o crescimento do emprego formal?.