Muitos postos de São Paulo já estão sem combustível devido à paralisação de caminhoneiros. Com isso, estabelecimentos que ainda têm o produto aproveitam para subir os preços. Em um posto em Santana, zona norte, o valor da gasolina comum passou de R$ 2,79 o litro para R$ 4,49. A gasolina aditivada chegou a R$ 4,99.
"Mas não é só aqui, é em vários. Tem postos em que a gasolina já é mais de cinco", tentou justificar o funcionário Norival Sales Martins, 47. "O cliente reclama, mas fazer o que, se não entregam? Eu mesmo não vou pôr combustível e venho de busão ao trabalho até normalizar", afirmou.
Mesmo com os preços altos, motoristas faziam fila para garantir o tanque cheio dos carros. "A gente fica refém. É um abuso, mas não temos outra opção", disse o consultor comercial Elino Carvalho, 46.
O designer gráfico Alexsandro Breternitz, 40, levou os dois carros para abastecer. O supervisor Maurício Ianiello, 47, foi além: mandou encher um galão extra de 20 litros.
Gerente de um posto da Nove de Julho, José Augusto Martins, 34, aumentou o valor de todos os combustíveis em R$ 0,10. "Assim o cliente vem menos", disse. "Se voltarem a entregar, abaixamos de novo."
O desabastecimento é provocado pela paralisação de caminhoneiros em protesto contra as restrições de circulação na marginal Tietê. Com a paralisação, caminhões-tanque não estão abastecendo os postos.
A medida estava em vigor desde dezembro, mas as multas começaram na segunda-feira (5). Estão proibidos de entrar na marginal veículos pesados entre as 5h e as 9h e entre as 17h e as 22h, de segunda a sexta-feira, e das 10h às 14h aos sábados. A multa é de R$ 85,13 e acarretará acréscimo de quatro pontos na habilitação.