Os suíços rejeitaram neste domingo (18) em um referendo a instauração no país de um salário mínimo único equivalente a 3.300 euros (R$ 10 mil), que seria o mais elevado do mundo, segundo as primeiras projeções de um instituto de pesquisas.
Apenas 23% dos eleitores optaram pelo "Sim" à criação do salário mínimo de 22 francos suíços por hora (18 euros, 25 dólares), ou seja 4 mil francos suíços brutos (3.300 euros) por 42 horas semanais, segundo o instituto gfs.bern, que anunciou uma margem de erro de 3%.
Na Suíça para que uma iniciativa seja aprovada precisa obter a maioria do voto popular e dos cantões.
Os primeiros resultados divulgados pelas autoridades cantonais indicam que o "Não" triunfou em Genebra (66,2%) e na Basileia (62,8%). O cantão de Vaud também rejeitava com ampla votação (74%) o salário mínimo.
A direita, o setor agrícola, o Parlamento e o governo eram contrários à medida, alegando que representaria uma ameaça para o emprego e que já existem salários mínimos em alguns setores.
Este salário mínimo de 18 euros por hora seria o mais elevado do planeta, muito superior aos 9,43 euros na França, 8,50 euros na Alemanha a partir de 2015 e 5,05 euros na Espanha.
Grande parte da população temia que o salário mínimo provocasse um aumento do desemprego, um fenômeno quase inexistente na Suíça (taxa de 3,2% em abril).
Ao mesmo tempo, o referendo incluiu outras iniciativas e o suspense persiste sobre a compra de 22 aviões de combate suecos.
As primeiras estimativas apontam que o "Não" ao caça Gripen, defendido pelos partidos de esquerda e os Verdes, vencia por pequena margem.
O governo suíço e o Parlamento decidiram pela compra de 22 caças Gripen porque consideram que parte dos aviões de combate das Forças Armadas do país estão "obsoletos".
Mas os críticos do projeto afirmam que a conta é muito elevada, que a Suíça está cercada de países amigos e que o modelo de avião, que atualmente existe apenas no papel, não oferece as melhores características.
"Se a lei não entrar em vigor, será impossível comprar os aviões", advertiu o governo. O ministro da Defessa, Ueli Maurer, repetiu em várias ocasiões que "não existe plano B".
Por fim, como era esperado, 63% dos eleitores, segundo o gfs.bern (também com margem de erro de 3%), votaram a favor da proibição pelo resto da vida para qualquer pessoa condenada por abusos sexuais contra uma criança ou uma pessoa dependente de exercer uma atividade profissional ou voluntária em contato com estes grupos.