O salário mínimo vai passar dos atuais R$ 622 para R$ 678 a partir de 1º de Janeiro. O reajuste de pouco mais de R$ 50 divide opiniões e, como não poderia deixar de ser, os descontentes são bem mais numerosos do que os que comemoram.
O jornal Meio Norte mais uma vez foi às ruas saber o que teresinenses acham das cifras do novo mínimo. O taxista Erisvan Duarte, que trabalha no aeroporto de Teresina, foi enfático: ?Não vejo chance alguma de melhoria.
Quando ouço falar nesse aumento, lembro logo que o aluguel que eu pago vai subir também?, disse ele. A atendente Silvânia Maria compartilha da mesma ideia. ?Um aumento desses é desanimador. O salário sobe, mas as coisas que precisamos comprar sobem muito mais. Não há o que comemorar?, diz ela.
A jornalista Juliana Eulálio também se mostrou insatisfeita com o reajuste apresentado pelo governo. ?É um aumento vergonhoso, diga-se de passagem.
Não gera impacto nenhum. Eles aumentam 50 reais e o comércio aumenta o valor de tudo - antecipadamente, pois no supermercado tudo já teve aumento. Então é um dinheiro que efetivamente não representa um incremento na renda das pessoas?.
O professor Jeymeson Veloso tem uma visão um pouco diferente e aborda o novo reajuste do ponto de vista das pessoas mais necessitadas. ?Para uma família que recebe apenas um salário mínimo por mês pode ter certeza que ajuda. Lógico que não é o que esperávamos, mas para as pessoas de baixa renda vai ser uma ajuda, sim?, comentou.
O novo salário mínimo, de R$ 678,00, deverá ter impacto anual de R$ 12,3 bilhões sobre as contas da Previdência. O impacto ocorre porque os benefícios pagos aos trabalhadores, tanto previdenciários (como aposentadorias) quanto acidentários ou assistenciais, são atrelados ao salário mínimo.
Em outubro, foram pagos pela Previdência quase 30 milhões de benefícios ? cujo valor médio foi R$ 937. A Confederação Nacional dos Municípios (CNM) estima que, só nas prefeituras, o aumento do mínimo gere impacto de R$ 1,88 bilhão.