Quem ainda não é acionista tem até hoje para comprar papel ou fundo.
Termina nesta quarta-feira (22) o prazo para reserva das ações da megaoferta pública da Petrobras. Na última etapa do cronograma de reservas, o investidor de varejo (que não é acionista da Petrobras) deve comunicar ao mercado a intenção de comprar papéis da estatal. Na próxima quinta-feira, será definido o preço por ação a ser emitida no processo de capitalização da petrolífera.
Antes mesmo de as novas ações da empresa começarem a ser negociadas no mercado, a entrada de dólares na economia já é forte.
De acordo com dados do Banco Central, só entre os dias 13 e 17 da semana passada entraram US$ 8,945 billhões no Brasil pelo mercado financeiro. Em cinco dias, o volume registrado é 15,58% maior do que todo o acumulado de janeiro até o dia 10 de setembro.
A tendência é de que esse fluxo cresça ainda mais: é esperada a participação de investidores estrangeiros na megaoperação. As negociações começam dia 24 na Bolsa de Nova York e 27 na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). De acordo com analistas, a entrada de dólares pode acentuar a alta do real frente ao dólar.
Na segunda, o Ministério da Fazenda anunciou que o fundo soberano brasileiro, que atualmente tem R$ 17,92 bilhões em caixa (posição de agosto), poderá efetuar operações de compra de dólares no mercado à vista para conter a desvalorização da moeda. As aquisições de dólares contribuem para impedir uma queda maior da cotação da divisa americana.
A operação poderá chegar a um valor de aproximadamente R$ 135 bilhões, o que seria de longe a maior do tipo já realizada no mundo.
A oferta aos não-acionistas é a última fase de reserva de ações entre os diferentes perfis de pequeno investidor autorizados a participar. Já terminaram os prazos para quem já comprou no passado ações da estatal com o FGTS e os que já adquiriram ações com dinheiro próprio.
Na oferta, a Petrobras venderá novas ações com o objetivo de arrecadar dinheiro para financiar seu ambicioso plano de exploração das reservas de petróleo descobertas na região do pré-sal, sobretudo na bacia de Santos. Em seu plano de negócios de cinco anos (2010 a 2014) estão previstos gastos de US$ 224 bilhões.
Confira o guia abaixo para saber em qual perfil você se encaixa e entender os riscos e benefícios do investimento.
Como reservar
Os não-acionistas interessados podem participar comprando fundos ou ações da empresa.
Para comprar fundos, o investidor deve ir até o banco em que tem conta, indicar o preço máximo a ser pago por ação e o valor que quer aplicar. Poderá ser investido um valor mínimo de R$ 200 e máximo de R$ 300 mil.
Quem quiser comprar ações na oferta reservada aos não-acionistas deve ir até a corretora em que tem cadastro, preencher o termo de adesão à oferta não prioritária e estipular o preço máximo a ser pago por ação e o valor da aplicação. Quem não é cadastrado em nenhuma corretora pode não conseguir participar: em geral, há uma carência até a aprovação dos dados do investidor antes de a conta ficar ativa.
De acordo com fontes de mercado, ainda há muitas dúvidas entre os investidores que procuram as corretoras para reservar ações na megaoperação. "Há muita dúvida, principalmente sobre a precificação das ações e o quanto os acionistas minoritários podem ser diluídos. A maioria dos investidores está limitando o preço da ação, para não correr o risco de pagar o mesmo preço dos papéis que já estão negociados no mercado", disse ao G1 um analista que preferiu não se identificar.
Risco e prazos longos
Antes de participar da oferta, é preciso avaliar riscos e o perfil do dinheiro a ser aplicado. Para o especialista em finanças pessoais da Fundação Getúlio Vargas, William Eid, ações só devem ser compradas com dinheiro de longo prazo, seja com FGTS ou capital do próprio bolso.
?Se a pessoa precisa desse dinheiro no curto prazo ou ele é muito importante para ela, como para comprar um apartamento porque ela quer casar ano que vem, é melhor não aplicar nada?, alerta. "Não se deve aplicar um dinheiro que você vá precisar com data marcada, porque o mercado de ações é incerto", diz Eid.
De acordo com o cronograma preliminar da oferta, o início das negociações das ações da oferta na Bolsa de Valores de São Paulo (BM & FBovespa) está previsto para 27 de setembro.