O Grupo de Estudos Permanentes de Acidentes de Consumo (GEPAC) determinou, em acordo com a Toyota, o recall de um número ainda não definido de unidades do modelo Corolla no Brasil. A informação foi divulgada pela Fundação Procon de São Paulo no fim da tarde desta sexta-feira (23). O GEPAC é formado por integrantes do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), ligado ao Ministério da Justiça, do Ministério Público de São Paulo e do Distrito Federal, do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) e do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC). Num primeiro momento, chegou a se anunciar que o GEPAC teria solicitado ao Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) a suspensão da comercialização e emplacamento do Corolla no Brasil. A concordância da empresa em fazer um recall, entretanto, teria conduzido a uma solução negociada. O G1 procurou a assessoria da empresa japonesa no Brasil no fim da tarde desta sexta-feira (23), mas os representantes do grupo ainda não tinham informações sobre o assunto. Somente entre janeiro e dezembro de 2009 foram vendidas 54.599 unidades do modelo. Os números são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores. Na quinta-feira (22), as vendas do modelo Toyota Corolla foram suspensas no estado de Minas Gerais. A decisão foi tomada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), nesta quarta-feira (21), após alguns modelos apresentarem problema de aceleração contínua causado pela falta de fixação do tapete ao assoalho. O problema foi o gerador da maior crise que a Toyota enfrenta, por ter iniciado a maior série de recalls da indústria automobilística mundial. A decisão administrativa foi tomada por meio do Procon Estadual e assinada pelo promotor de Justiça de Defesa do Consumidor Amauri Artimos da Matta. O órgão estadual tem autonomia para tomar este tipo de decisão. De acordo com o MPMG, foram relatados nove casos de veículos que apresentaram problemas de aceleração contínua e casos de acidentes. Por esse motivo, o Procon considerou que o carro coloca em risco a vida de pessoas. O promotor Amauri Artimos da Matta disse ao G1 que o caso é grave porque a falta de fixação do tapete está descrita no manual de instruções do veículo, que ressalta a necessidade do uso de tapetes com presilhas. "Como está no manual, não podemos tratar como um recall, o que é mais grave. O consumidor só tem informações sobre o problema quando já comprou o carro, pois é quando ele tem acesso ao manual", ressalta. Segundo ele, como o aviso também não está visível no interior do veículo, também não atende as exigências do Código de Defesa do Consumidor. De acordo com a decisão do MP de Minas Gerais, as vendas do modelo serão liberadas quando o fabricante efetuar a troca dos tapetes dos veículos em circulação e adotar medidas que impeçam a troca do tapete original de fábrica por um que não possua a presilha. "Quem já comprou o carro precisa ser informado. Não se pode ignorar o que já foi vendido e alertar apenas quem vai adquirir agora o carro", destaca Matta. Desde o ano passado, a Toyota tem anunciado recall dos veículos Lexus ES350, Camry e Camry Hibridus em diversos países, devido a problemas com a fixação do tapete ao assoalho. O último aconteceu no início deste mês e envolveu 12.984 veículos na Coreia do Sul. Em nota oficial enviada ao G1 na quinta (22), a montadora afirma que “a Toyota do Brasil respeita, mas não concorda com a decisão de suspender as vendas do Corolla no Estado de Minas Gerais e tomará as medidas necessárias que preservem seus direitos”. Apesar de reconhecer a existência de casos de aceleração involuntária reportados por clientes brasileiros, a montadora garante que “os veículos Corolla não apresentam qualquer defeito que possa vir a causar aceleração involuntária”. Além disso, a Toyota afirma que, “desde que instalados corretamente”, os tapetes genuínos da marca “não apresentam possibilidade de interferir no movimento do pedal”.
Toyota Corolla vai passar por recall em todo Brasil devido a falha na fixação do tapete
Falha está na fixação do tapete, que pode prender no acelerador.
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