O grupo suíço UBS Group AG se ofereceu para comprar o banco Credit Suisse por até US$ 1 bilhão, informou o jornal "Financial Times", neste domingo (19). Na sexta-feira (17), o jornal já havia adiantado que o grupo negociava a compra do banco.
O Credit Suisse teve uma semana conturbada e viu as próprias ações caírem 20% somente na quarta-feira (15). O episódio faz parte de uma turbulência pela qual passa o mercado financeiro iniciada depois da falência do Silicon Valley Bank (SVB), nos Estados Unidos.
De acordo com o Financial Times, um acordo entre a UBS e o Credit Suisse pode ser assinado ainda neste domingo. O valor do acordo é uma fração do preço de fechamento do Credit Suisse na sexta-feira. Entenda a seguir:
Na sexta-feira, as ações do Credit Suisse eram negociadas a cerca de US$ 2,01 (R$ 10,64);
O grupo UBS propõe a compra de ações por US$ 0,27 (R$ 1,43).
A agência de notícias "Reuters" informou que o Credit Suisse repudiou a oferta. Se a operação do UBS não funcionar, a Suíça pensa em nacionalizar o banco, ou seja, terá uma posição majoritária - via compra de ações - na sociedade da instituição financeira.
Crise
As ações do Credit Suisse despencaram mais de 20% na quarta e trouxeram temores ao mercado sobre uma situação generalizada de crise bancária internacional. Além do Credit Suisse, concorrentes europeus viram as ações despencarem naquele dia, também acima dos 10%.
A crise envolvendo o Credit Suisse acontece após o banco apresentar resultados ruins no trimestre passado e ver seu principal acionista, o Saudi National Bank - que tem participação de 10% na sociedade da empresa - , não o apoiar com um aumento de participação no capital. O investimento não aconteceu por questões regulatórias.
Na quinta-feira (16), o banco pediu um empréstimo de US$ 54 bilhões (o equivalente a R$ 285 bilhões) ao Banco Central da Suíça. O Banco Nacional da Suíça já havia informado que garantiria a liquidez do Credit Suisse se fosse necessário.