Pedro Paulo Silveira, conhecido como Pepa, economista e porta-voz do mercado financeiro, criticou a decisão do governo Lula de aumentar o salário mínimo acima da inflação. Em entrevista ao podcast Os Economistas, Silveira afirmou que o aumento real gerou “desespero” entre agentes financeiros e sugeriu que uma redução do salário mínimo seria uma solução para estabilizar a relação dívida/PIB e evitar uma crise econômica.
O economista destacou que, se Lula perder as eleições de 2026, um futuro presidente poderia seguir a receita do ex-ministro Paulo Guedes para cortar o aumento do salário mínimo e reduzir o déficit primário.
Silveira, diretor de gestão de recursos da Nova Futura Investimentos, afirmou que a concessão de um aumento real de 7% no salário mínimo custou cerca de R$ 43 bilhões ao governo. Ele alegou que, se o governo tivesse concedido apenas o IPCA, a economia teria sido substancial. O economista também criticou o fato de que as despesas obrigatórias, incluindo salários, são uma parte significativa das despesas governamentais, sem mencionar os R$ 816,2 bilhões pagos aos bancos em juros da dívida federal em 2023.
defesa da manutenção da taxa selic em 10,5%
Durante a entrevista, Silveira também abordou a taxa Selic, defendendo a manutenção da taxa em 10,5% para controlar a inflação. No entanto, ele expressou insatisfação com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por não ter aumentado a taxa conforme esperava o mercado. Segundo Silveira, a alta taxa de juros é essencial para garantir a estabilidade das expectativas inflacionárias, apesar de a maioria dos economistas ter achado a abordagem do Copom “muito suave”.
desefa de campos neto
Além disso, Silveira mencionou as investigações contra Campos Neto, que foram motivadas por suspeitas de que ele e outros agentes do mercado financeiro estariam lucrando com a taxa de juros elevada. As investigações, que haviam sido suspensas por uma liminar, serão retomadas após a AGU contestar a decisão, destacando a importância da apuração de possíveis conflitos de interesse e desvios éticos envolvendo o presidente do BC.
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