Zona do euro concede resgate de € 100 bilhões para Espanha; veja

Governo espanhol declarou intenção de solicitar ajuda financeira.

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Os ministros de Economia e Finanças da zona do euro concordaram neste sábado (9) em conceder à Espanha um pacote de resgate de até ? 100 bilhões para os bancos espanhóis, declarou o Eurogrupo em comunicado.

O governo espanhol também declarou, nesta tarde, a intenção de solicitar ajuda financeira, informou o ministro de Economia espanhol, Luis de Guindos, em coletiva de imprensa. "A Espanha tem intenção de pedir ajuda financeira (...). O montante a ser solicitado para a Europa será o suficiente", disse Guindos.

A declaração ocorreu após ministros da zona do euro realizarem uma teleconferência de duas horas e meia, em caráter urgente, para discutir o resgate europeu ao sistema bancário da Espanha, informam agências internacionais.

"O Eurogrupo foi informado de que as autoridades espanholas apresentarão um pedido formal muito em breve e está aberto a responder favoravelmente a tal solicitação", disse o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker. "A quantia emprestada deve cobrir as necessidades de capital com uma margem adicional de garantia, estimada em um total de ? 100 bilhões", afirmou.

Segundo Guindos, o Fundo Monetário Internacional (FMI) participará como supervisor. A zona do euro não pedirá um pacote de austeridade à Espanha em troca da ajuda, diferentemente da Grécia, da Irlanda e de Portugal, que também receberam empréstimos financiados pela zona do euro e pelo FMI.

Em vez disso, o Eurogrupo elogiou o país por "já ter implementado significativas reformas fiscais e no mercado de trabalho, além de medidas para fortalecer a base de capital dos bancos espanhóis".

O comunicado informou que os países da zona do euro estavam "confiantes de que a Espanha honrará os seus compromissos dentro do procedimento de déficit excessivo e em relação às reformas estruturais".

Iniciada às 11h (horário de Brasília), a reunião do Eurogrupo terminou por volta das 13h30 e contou também com a participação da diretora do FMI, Christine Lagarde.

Se o governo espanhol finalmente pedir a ajuda europeia, será o quarto país da zona do euro a receber um resgate de seus sócios, após Grécia, Portugal e Irlanda. Segundo as agências, a zona do euro exigiria que a Espanha estabilize o setor financeiro.

O encontro emergencial foi convocado após o FMI antecipar, na noite de sexta-feira (8), divulgação de relatório sobre a situação do sistema financeiro espanhol que estava prevista apenas para segunda-feira. O Fundo calculou, contudo, a necessidade de recapitalização dos bancos mais frágeis da Espanha em pelo menos 40 bilhões de euros.

Na noite de sexta, o governo da Espanha afirmou que ainda não concluíra o eventual pedido de resgate à União Europeia e ao Banco Central Europeu (BCE) para a recapitalização generalizada de seu sistema financeiro. A Comissão Europeia aconselhara Madri a aguardar até conhecer as necessidades exatas de seus bancos antes de formular qualquer pedido de auxílio, apesar de ter reiterado o tempo todo que a decisão sobre o momento de fazer isso depende exclusivamente do Executivo de Mariano Rajoy.

Nota da dívida

A discussão sobre o resgate acontece após a agência de classificação de risco Fitch rebaixar, na quinta-feira (7), a nota da dívida do governo espanhol em três níveis, de "A" para "BBB", com perspectiva negativa. No fim de janeiro, a mesma agência havia reduzido a nota da Espanha de "AA-" para "A". O novo rating é o mais baixo para a Espanha entre as três principais agências de classificação de risco.

A Fitch disse em um comunicado que a Espanha estava especialmente vulnerável para uma piora da crise da zona do euro devido a um alto endividamento externo.

A agência Moody"s disse, na sexta, que os desdobramentos envolvendo o setor bancário da Espanha e o crescente risco de que a Grécia deixe a zona do euro poderiam levar a rebaixamentos da classificação da dívida pública, os ratings soberanos, de outras nações da região.

Enquanto a Espanha se move em direção à necessidade de apoio externo direto de seus parceiros europeus, o maior risco aos credores do país pode levar a mais modificações de ratings", disse a Moody"s, em nota.

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