O ano de 2020 foi desafiador para todos. A pandemia da Covid-19 obrigou a humanidade a mudar os hábitos para garantir a segurança de todos. Entre as mudanças, está o modo de ensinar e aprender. Alunos, professores, pais e gestores precisaram se adaptar à nova realidade do ensino remoto.
Desde o dia 19 de março, cerca de 228 mil estudantes da rede estadual, das 658 unidades escolares, nos 224 municípios, tiveram as aulas presenciais suspensas. De acordo com as informações cadastradas pelos professores na plataforma iSeduc, apesar da distância entre professores e alunos, 88,82% dos estudantes matriculados na rede participam de atividades remotas de forma virtual ou têm acesso ao material impresso.
Os dados mostram, ainda, que 42,40% dos estudantes mantêm contato com escolas em grupos de WhatsApp; 24,49% recebem material impresso; 12,52% em grupos no ClassRoom e 9,41% por outras formas de contato como ligações telefônicas, aulas presenciais e demais aplicativos de comunicação.
Apesar de todas as dificuldades, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) buscou assegurar que o conteúdo curricular dos estudantes fosse aplicado, fazendo a transmissão de aulas remotas pelo Canal Educação, realizando formação de professores, entregando material pedagógico aos estudantes, além do preparatório para o Enem, as revisões do Pré-Enem Live. As escolas também tiveram total autonomia para planejar e implementar novas estratégias de acordo com suas especificidades.
O secretário de Estado da Educação, Ellen Gera, vê como positivo o aumento do número de alunos com acesso às atividades não presenciais. "Esse aumento é reflexo do esforço que diretores e professores vêm fazendo para continuar com as aulas e, principalmente, não perder o vínculo com os estudantes. Dentre essas ações, podemos destacar as campanhas de busca ativa, entrega de kits de alimentação escolar e distribuição de material impresso", destacou o gestor, ressaltando que a Seduc continua trabalhando para que nenhum aluno fique sem ter acesso à educação.
Ao longo do ano, a Secretaria da Educação vem aperfeiçoando a plataforma de monitoramento dessas ações para saber se as atividades estão chegando e como estão chegando aos alunos. Em parceria com o Instituto Unibanco, foi criado um painel de monitoramento que traz dados atualizados sobre o acesso dos estudantes da rede às aulas remotas. O painel pode ser acessado pela Gerência Regional de Educação (GRE), que consegue enxergar o conjunto de escolas, e a escola vê seu conjunto de turmas. Dessa forma, as escolas sabem quais alunos não tiveram acesso e podem traçar estratégias para resgatá-los.
"Nosso grande objetivo sempre foi reduzir o impacto da suspensão das aulas presenciais e manter o engajamento das escolas para reduzir evasão escolar no retorno às aulas presenciais", explicou Ellen Gera.
Retorno das aulas presenciais
Pelo menos 155 escolas da rede pública estadual de ensino retornaram as aulas presenciais em outubro para os estudantes da 3ª série do Ensino Médio e VII etapa da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Foi e está sendo um processo gradativo e, para isso, as escolas precisam apresentar um plano pedagógico, além de seguir todas as orientações previstas nos protocolos sanitários de prevenção ao novo coronavírus, já estabelecidos pelas autoridades em saúde.
O retorno não é uniforme, já que as escolas têm realidades diferentes e algumas precisam de um pouco mais de tempo para se adaptar. A prioridade da secretaria foi sempre garantir a segurança de todos e, por isso, trabalha com o modelo híbrido, com poucos estudantes em sala de aula e apenas naquelas escolas que tiverem condições de cumprir os protocolos.
Combate ao analfabetismo
O Piauí também avançou nos índices para diminuição do analfabetismo. Segundo o IBGE, os índices de escolaridade do Piauí são superiores aos do Brasil em todas as faixas etárias. Na rede pública de ensino, as pessoas entre 6 e 14 anos no país, cerca de 98,7% frequentam a escola. A taxa de escolaridade entre os jovens brasileiros de 15 a 17 anos chega a 93,5%.
O estado reduziu em cerca de 14% o índice de analfabetismo entre os idosos com 60 anos ou mais de idade e entre os mais jovens a proporção de pessoas analfabetas no Piauí diminui ao considerar as pessoas a partir dos 15 anos de idade, a taxa de analfabetismo caiu para 16%, o que indica que os mais jovens estão tendo mais acesso à educação.
Ideb
A educação piauiense obteve resultados de destaque em âmbito nacional no ensino fundamental, no que diz respeito ao Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
Nos índices registrados nos anos iniciais, 67,3% dos municípios conseguiram alcançar o Ideb 5,9, em 2019, superando a meta nacional de 5,7, considerando tanto as escolas públicas quanto as particulares.
Na educação do Piauí, houve o crescimento com equidade na rede pública, considerando o ensino estadual e municipal. A meta total para essa rede nos anos iniciais era 4,6 e foi ultrapassada, atingindo 5,4, sendo oito escolas igualando e superando a meta nacional.
Para os anos finais, a meta foi ultrapassada com 4,6 diante do índice anterior de 4,2 no estado. Assim, 14 escolas estaduais obtiveram Ideb acima da meta nacional. Na rede estadual, cerca de 34 unidades que ofertam o ensino fundamental no anos finais atingiram e superaram a meta nacional.