Alimentos industrializados estão à disposição nos supermercados, nos comércios menores, nas barracas montadas nas esquinas e até mesmo nas cantinas e lanchonetes das escolas. A rotina conturbada em que grande parte das pessoas vivem hoje faz com que o consumo destes alimentos seja cada vez maior. Assim, os alimentos naturais (mais saudáveis) ficam em segundo ou em terceiro plano.
A correria do dia a dia também afeta as crianças. Sem muito tempo, os pais compram os produtos industrializados, colocam na lancheira dos filhos e os mandam para a escola. Quando já conseguem comprar algo nas lanchonetes da escola, eles também optam pelas balas, pirulitos, doces, chicletes, chocolates, refrigerantes, sucos artificiais, salgadinhos do tipo chips, biscoitos recheados e salgados.
Mesmo sendo, a maioria deles, saborosos, o consumo rotineiro desses alimentos pode contribuir para o desequilíbrio da dieta e para o aumento de doenças ligadas à alimentação, como a obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, etc.
A alimentação equilibrada e balanceada, que reúne todas as substâncias químicas de que o corpo precisa para funcionar corretamente é fundamental na infância, em que a alimentação é voltada para o crescimento de nossos ossos, pele, músculos e órgãos. É crucial uma alimentação saudável na fase fase escolar, já que os hábitos adquiridos na infância e na adolescência são levados para a vida adulta.
Quem não toma certos cuidados sente os efeitos de uma alimentação não balanceada, e estas consequências chegam ainda mesmo na infância. Isabela Lima Jales de, 8 anos e a irmã Yanni Lima Jales, de 5 anos, tiveram que mudar os hábitos alimentares ao apresentarem alguns problemas de saúde.
Segundo a mãe, Alberleide Lima Jales, elas começaram a apresentar falta de apetite e pouca disposição, então resolveu levá-las ao pediatra. “Levei as duas ao médico. A Isabela apresentou glicose alta e a Yanni, colesterol alto”, comenta a mãe ao frisar que o problema das duas tem relação com a má alimentação.
Seja em casa ou na escola, segundo o nutricionista Diego Damasceno, não podem faltar no cardápio das crianças alguns ingredientes, como as frutas e as verduras. Ele aponta que estes alimentos são indispensáveis pra atender as necessidades nutricionais da criança, no que diz respeito a fibras, minerais, vitaminas e, consequentemente, a um bom desenvolvimento do organismo das crianças.
“O consumo de leguminosas e de carne também é importante. Além disso, não pode faltar o leite, que um alimento proteico, rico em cálcio, e que tem relações com a estrutura óssea da criança, que está ligado ao seu processo de crescimento”, elenca Diego.
Todos esses ingredientes devem ser servidos às crianças em 5 a 6 refeições, o mais fracionado possível, de 3 em 3 horas. “Se eles se alimentarem corretamente, sem excessos, o metabolismo vai funcionar direito. Por isso é que devem ter regras, ter horários certos para que sejam realizadas a alimentação”, declara o nutricionista ao acrescentar que os pratos devem ser variados.
“Os pais têm que atentar para o sabor e apresentação dos pratos. Tem que ser o mais variado possível. Além disso, eles devem ser chamativos, coloridos. Na dieta das crianças é necessário incluir vários nutrientes e sabores diferentes”, completa.
Cuidados na hora do lanche
Na escola, o lanche da criança tem que ser a extensão do hábito alimentar que ela tem casa. “A gente parte do princípio que ela tem um hábito saudável dentro de casa”, afirma o nutricionista Diego Damasceno. É preferível que os pais optem por alimentos mais nutritivos e de fácil digestão. Frutas, sucos de fruta, bolos, barras de cereal, iogurtes, para a criança já ir se acostumando. O nutricionista ressalta que o consumo desses alimento de fácil digestão vão auxiliar na vida escolar.
“Se ela costuma comer algo mais gorduroso o rendimento dela pode cair depois dos intervalos, nas aulas posteriores”, coloca. O lanche das crianças tem que ser preferencialmente preparado em casa. O acesso a esses alimentos fica mais facil. Os lanches servidos nas lanchonetes das escolas são gordurosos, então é preferível que os pais preparem o lanche dos filhos.
“Os pais podem fazer mix de frutas (maçã, morango, uva, kiwi, etc) picadas, que fica atrativo para as crianças, podem colocar pães, bolos mais saudáveis, como o de laranja e cenoura, bolo integral, podem rechear pães com geleias, dentre outras opções”, sugere o nutricionista ao frisar que os pais não podem colocar na lancheira nenhum alimento que precise de refrigeração, como os queijos. “Na lancheira não há uma temperatura adequada e o alimento pode estragar”, completa.
Isabela e Yanni, que comiam muitas frituras, tomavam muito achocolatado, dentre outros produtos industrializados, tiveram que adotar um novo cardápio. “Troquei o refrigerante e o achocolatado por fruta e suco natural. Mudei o biscoito recheado pelo o de água e sal e cortei tudo que lhes fazia mal”, comenta a mãe.
Com 15 dias com novo cardápio as irmãs estão melhorando e começando a aceitar. “A Yanni segue à risca, mas a Isabela ainda tenta fugir”, declara a mãe que vai continuar o tratamento das duas e depois dar o retorno ao médico.(A.D.)
O perigo dos produtos industrializados
Refrigerantes, biscoitos ou outros produtos industrializados fazem mal, especialmente às crianças. Por questões de praticidade, custo e armazenamento, é mais fácil encontrar produtos industrializados, que têm prazo de validade maior - mas causam mais danos à saúde que os alimentos in natura.
Esses alimentos também são servidos nas cantinas e são altamente gordurosos, industrializados e processados. O nutricionista Diego Damasceno alerta para o consumo destes produtos com frequência: “Ele pode levar ao desenvolvimento de alguns distúrbios alimentares, como obesidade, diabetes, anemia (pela falta do ferro), e até mesmo a hipertensão arterial”.
“Os pais têm que entender que as crianças podem ser moldadas a terem uma alimentação saudável. Então, o mais importante é você colocar a criança em contato com alimentação que vai durar a vida toda”, coloca ao frisar que não vai adiantar o pai cobrar o que ele não faz.
“Você quer acostumar a criança a consumir outros alimentos, mas também se alimenta de uma forma não saudável, não vai conseguir. O comportamento alimentar das crianças é reflexo do comportamento alimentar da família. A criança está em processo de aprendizagem de tudo, por isso os pais têm que adotar uma alimentação que determinem o padrão alimentar da criança”, acrescenta o nutricionista. (A.D.)
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