A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA) anunciou oficialmente, nesta quinta-feira (8), que as condições para o fenômeno climático chamado El Niño estão confirmadas. Esse fenômeno já era esperado e os especialistas acreditam que ele pode se tornar um Super El Niño.
A cientista do clima Emily Becker, da NOAA, divulgou a confirmação do El Niño e explicou que há 56% de chances de se tornar um evento forte e 84% de chances de ser pelo menos moderado. Apesar de ter se desenvolvido, ainda existe uma pequena possibilidade de que o El Niño não se consolide (4-7%). Os cientistas acreditam que isso é improvável, mas não impossível.
A cientista do clima Michelle L'Heureux, chefe do escritório de previsão de El Niño da NOAA, afirmou que esse evento se formou dois meses antes dos outros El Niños e ainda há chances de crescer. Estima-se que há 25% de chances de ser um Super El Niño.
O El Niño é um fenômeno que pode afetar as previsões de temperatura nos próximos quatro anos, e há uma probabilidade de 66% de que a média anual de aquecimento ultrapasse 1,5°C entre 2023 e 2027, de acordo com a Organização Mundial Meteorológica.
Mas o que é o El Niño? E qual é a diferença entre o El Niño e o La Niña? Esses dois fenômenos causam mudanças nos padrões de chuvas em algumas partes do mundo, incluindo o Brasil. Eles têm características específicas, como a tendência de se desenvolver entre abril e junho, atingir o pico entre outubro e fevereiro, durar de 9 a 12 meses e recorrer em intervalos de 2 a 7 anos.
Em resumo, o El Niño e o La Niña são fenômenos climáticos que ocorrem de forma alternada e periódica, com um período de neutralidade entre eles. Eles são determinados pela persistência na alteração de temperatura no Oceano Pacífico por pelo menos cinco ou seis meses.
Impactos no clima do Brasil
El Niño
- causa secas no Norte e Nordeste do país (chuvas abaixo da média), principalmente nas regiões mais equatoriais;
- provoca chuvas excessivas no Sul do país e no sudeste do país.
La Niña
- as temperaturas ficam mais baixas no Sudeste, principalmente nos meses de verão;
- no Sul são esperadas secas;
- nas regiões mais equatoriais do Norte e Nordeste são esperadas chuvas acima da média.