'Ele está solto, estou presa', diz mãe de menina morta pelo pai

Horácio Lazareno Lucas está foragido desde o dia do crime

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A mãe de Letícia Tanzi, jovem morta a facadas pelo pai, no dia 3 de outubro, em São Roque (SP), diz que se sente uma prisioneira enquanto espera que o ex-companheiro seja encontrado. Ele está foragido desde o dia do assassinato, quando saiu da cadeia onde cumpria pena por estupro.

"Enquanto ele está solto, eu estou presa. Ele cometeu o crime, não eu. Não acho justo eu ter que ficar presa", desabafa.

Horácio Lazareno Lucas fugiu para uma mata, onde estaria até hoje, segundo a Polícia Civil. Já foram feitas buscas com helicóptero, equipes especializadas e cães farejadores, mas ele ainda não foi encontrado.

Tamires acredita que o ex-companheiro não esteja mais escondido na mata e que alguém esteja ajudando o homem a se esconder.

"Não acredito que ele esteja mais no mato. Para mim ele deve estar na casa de alguém, alguém deve estar protegendo ele, porque ninguém fica na mata todo esse tempo."

Horácio foi preso em junho deste ano por um mandado expedido pela Justiça devido à condenação de oito anos por estupro contra a cunhada dele em 2010, que tem transtorno mental.

Na época, enquanto esteve na cadeia, a família descobriu que ele também havia abusado da filha em 2017.

O filho mais novo, de apenas 7 anos, foi quem encontrou a irmã no dia do crime. Tamires conta que o menino não foi mais à escola depois do assassinato, pois ela tem medo que Horácio vá atrás dele.

"Não sei o que se passa na cabeça dele e, com certeza, ele ainda vai querer vir atrás de mim."

Sobre a ação da polícia no caso, a mãe de Letícia afirma que espera que eles possam fazer mais para trazer justiça para a filha. "Ele precisa pagar pelo que fez."

"Ela era uma menina muito alegre. Apesar do que ela passava, ela nunca demonstrou isso para ninguém, muito menos para mim. Todo mundo amava ela, era uma menina linda, educada. Está doendo muito ficar sem ela. Tá sendo muito difícil, ela faz muita falta para mim e para muitas pessoas. Muita falta mesmo", completa.

O crime

A mãe da garota contou que, na noite do crime, o pai invadiu a casa da família, no bairro Mailasque, com a intenção de convencer a filha a retirar a denúncia sobre abuso sexual que teria sofrido. Quando a garota negou, ele ficou agressivo.

A primeira vítima atacada foi Tamires. O suspeito teria a agarrado pelo pescoço e depois dado um soco no rosto dela. A dona de casa conseguiu fugir e correu até os vizinhos para pedir socorro e chamar a polícia, deixando a adolescente e o filho mais novo na casa.

Horácio teria trancado o menino no quarto e, em seguida, atacado Letícia. A criança ouviu a agressão contra a irmã e conseguiu sair do quarto.

Ele foi até a rua, onde encontrou a viatura e disse que a irmã tinha sido ferida pelo pai. A jovem chegou a ser levada para a Santa Casa da cidade, mas não resistiu aos ferimentos.

Letícia foi enterrada no dia 4 de outubro, no Cemitério Cambará, em São Roque. Logo após o crime, policiais vasculharam uma área de mata da cidade, possível local por onde o suspeito fugiu, mas ele não foi encontrado.

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