Segundo dados fornecidos pela Receita a esposa do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, a jornalista Cláudia Cruz, teve um crescimento de cerca de 149%. Houve um salto de R$ 1.617.519,09, em 1.º de janeiro de 2008, para R$ 4.029.025.65, em 31 de dezembro de 2014. A análise é feita de acordo com os dados declarados pela jornalista.
Cláudia Cruz é acusada de lavagem de dinheiro e evasão de divisas em ação Penal na 3ª Vara Federal Criminal, do juiz Sérgio Moro, em Curitiba. Já a acusação de seu marido é corrupção e lavagem de dinheiro em duas ações no Supremo Tribunal Federal.
O quadro da evolução patrimonial da mulher do peemedebista faz parte de Relatório da Receita anexado aos autos da Operação Lava Jato. A tabela é composta de quatro colunas com data, bens e direitos, dívidas e ônus reais e observações.
No comentário relacionado à data de 31 de dezembro de 2008, a Receita afirma que Claudia declara "anualmente razoáveis ou expressivos rendimentos mensais supostamente recebidos de pessoas físicas (sujeitos a carne-leão)". Naquele ano foram R$ 80 mil.
"Os maiores dispêndios com patrimônio declarados em 2008, foram aquisições de dois veículos numa mesma loja (AutoMiami Comercial Ltda), sendo um (Porsche) Cayenne S por R$ 310 mil e um VW Passat por R$ 77 mil, aparentemente à vista. Tal acréscimo patrimonial foi em parte coberto com a declaração de uma suposta dívida ou mútuo assumido por Claudia Cruz, empréstimo este concedido (segunda a declaração) por Oliveira Francisco da Silva, de valor R$ 250 mil", aponta o Fisco.
De acordo com o relatório, a dívida não foi quitada até 31 de dezembro de 2014, data da última Declaração de imposto de Renda disponível.
À Receita, em declaração relativa a 2010, Cláudia Cruz informou "expressivo rendimento recebido em ação da Justiça do Trabalho, via Banco do Brasil, em 2010: R$ 2,7 milhões", no qual constaram valores de despesas com advogado.
No ano seguinte, o Fisco destacou uma doação concedida por Claudia Cruz em dinheiro, de R$ 120 mil, ao enteado Felipe Dytz da Cunha e mais R$ 86 mil "como adiantamento constante da declaração de bens em 31 de dezembro de 2011".
"Observa-se possível omissão na declaração de bens relativa a aquisição em 21 de dezembro de 2011 de um apartamento na Rua Alagoas, 974, São Paulo, SP, no valor da escritura de R$ 195 mil", anotou o Fisco.