O pastor Agenor Duque ganhou o noticiário nacional após chamar um fiel gay para ser "curado" em um culto realizado na igreja Plenitude do Trono de Deus, em São Paulo. O caso aconteceu dois dias após a Parada Gay, evento que prega a liberdade, tolerância e diversidade.
O culto estava sendo transmitido ao vivo e em determinado momento,o pastor passou a falar com um rapaz, um fiel da igreja postado à beira do palco. "Você quer se curar?", perguntou ao microfone. "O que você tem? Que doença? Homossexualidade?"
"E você tem um namorado?", questionado rapaz que confirmou aparentando certo constrangimento . "Então sobe aqui!", decretou.
Logo depois o rapaz já estava no palco, ao lado de outros fiéis com as mais diversas doenças físicas. Ele tinha uma espécie de toalhinha avermelhada sobre a cabeça, assim como os demais "doentes". Então o pastor iniciou suas tradicionais orações de cura em nome de Deus e afirmou que ele estava "curado".
PROFETA?
O pastor é ex-ministro da Igreja Mundial, de Valdemiro Santiago, deixou a denominação por volta de 2005 e fundou sua igreja no ano seguinte, depois de ter uma suposta visão e ouvir "um chamado" de Deus". Ele se auto-intitula "apóstolo", nomeou sua mulher, Ingrid, como bispa.
Agenor Duque afirma resolver doenças incuráveis e prega a libertação de pecados, vícios e defeitos por meio de oração e suas bênçãos.
A Igreja Plenitude tem a prática de vender objetos supostamente consagrados e ungidos, como toalhas, lençóis, fronhas, vidrinhos de azeite ou frasquinhos com suco de uva.nEle desafia os fiéis a "tomar posse" desses objetos, mediante pagamentos.
O projeto de "cura gay" já esteve em andamento na Câmara Federal, de autoria do parlamentar evangélico João Campos (PSDB-GO). Campos queria oferecer tratamento psicológico para "curar" homossexuais.
O projeto não foi aprovado depois de o Conselho Federal de Psicologia garantir em documento que "psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades".