No primeiro encontro com o presidente americano, Joe Biden, Jair Bolsonaro levantou suspeitas sobre as eleições brasileiras, disse querer "eleições limpas, confiáveis e auditáveis", mas evitou falar sobre o pleito americano.
Bolsonaro viajou para Los Angeles (EUA) para participar da Cúpula das Américas, encontro que reúne chefes de Estado e de governo da região.
Antes de se reunir a portas fechadas com o americano, Bolsonaro afirmou à imprensa que preserva a Amazônia e que se afastou de Biden "por questões ideológicas", mas enfatizou que ambos são democratas.
— Este ano teremos eleições no Brasil e queremos sim eleições limpas, confiáveis e auditáveis. Para que não reste nenhuma dúvida após o pleito. Tenho certeza que ele será realizado nesse espírito democrático. Cheguei pela democracia e tenho certeza de que quando deixar o governo também será de forma democrática.
Bolsonaro — que dois dias antes da viagem a Los Angeles, onde acontece a Cúpula das Américas, voltou a afirmar em uma entrevista que ainda duvidava do resultado da eleição americana — evitou falar sobre o pleito americano.
O brasileiro também afirmou que o Brasil é "um exemplo para o mundo na questão ambiental" e disse que o mundo depende "muito do Brasil" para sua sobrevivência. Ele voltou a dizer que seu governo preserva a Amazônia, apesar das críticas constantes de ambientalistas.
— Temos uma riqueza no coração do Brasil, a nossa Amazônia, que é maior que a Europa Ocidental. Por vezes nos sentimos ameaçados em nossa soberania naquela área, mas o Brasil preserva muito bem o seu território. — afirmou. —A nossa legislação ambiental é bastante rígida. Fazemos o possível para cumpri-la, pelo bem de nosso país. Podemos ser o maior exportador de energia limpa. O mundo hoje, ouso a dizer, depende muito do Brasil para sua sobrevivência.
Biden, por sua vez, deu as boas-vindas a Bolsonaro e disse que o resto do mundo deveria ajudar a financiar a preservação da Amazônia. Descontraído, o americano disse que o Brasil "é um país maravilhoso" e foi extremamente simpático com o chefe de Estado brasileiro.
—Nós temos que ajudar a recuperação econômica e também a preocupação climática. Vocês tentam proteger a amazônia, acho que o resto do mundo deveria ajudar a financiar essa preservação. Isso é uma responsabilidade muito grande. Nós temos que conectar nossos povos e estou ansioso para saber o que você pensa sobre isso. Gostaria de ouvir sua opinião e também levantar algumas questões de interesse mútuo.