Em estado de choque, Rosemary Ferreira acompanhou o enterro da filha de 14 anos assassinada pelo ex-namorado. Segundo a polícia, Yorrally Ferreira, de 14 anos, foi vítima de um rapaz de 18 anos, preso na noite de segunda-feira (10), após confessar o crime. Ela passou mal e foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros no local.
No velório, realizado no Gama (DF), o pai quase não falou. Apenas cumprimentou alguns amigos mais próximos. Mas, segundo a família foi ele quem cuidou pessoalmente de todo o funeral. Yorraly era a única filha dele. Quando o caixão foi retirado da capela, a mãe, que já estava medicada, se desesperou. Ela chegou a se jogar dentro do túmulo da família, mas foi retirada pelos coveiros.
Segundo ela, Yorraly havia saído de casa, no domingo (9), para comprar uma roupa e não voltou. Ela teria se afastado do suspeito, porque teria descoberto que ele estava envolvido com gangue, mas, segundo a mãe, ele não aceitava o fim do relacionamento.
? O que ele fez não tem perdão. A justiça de Deus há de se cumprir e, se não cumprir, eu espero pela do homem. Eu quero justiça.
Segundo relatos, a menina teria se envolvido com o chefe de uma gangue rival. No Facebook, o rapaz postou uma foto do corpo da menina morta. Como legenda da foto, o jovem escreveu: ?Descanse em paz, amor. Vai com Deus?.
Frieza
À polícia, o suspeito confessou que planejou a morte da moça. Sem demonstrar arrependimento ou remorso, ele contou como tudo aconteceu.
? Eu virei e segurei no braço dela e falei: ?e as casinhas [emboscadas] que você armou pra mim?? Aí ela: ?Pelo amor de Deus. Me desculpa.? Aí eu peguei e atirei.
O crime aconteceu em uma região conhecida como "Prainha" no Gama. Ele teria atraído a vítima para um local isolado. Após uma discussão, ele atirou na cabeça da adolescente com um revólver calibre .32. Ela morreu na hora.
Segundo a polícia, tudo foi filmado pelo próprio acusado, que saiu exibindo o vídeo para quem quisesse ver. O caso foi denunciado à polícia que conseguiu a filmagem. Em poucas horas, o suspeito foi identificado pelos colegas de escola da vítima.
O suspeito foi preso em casa pela Polícia Militar e não reagiu à prisão. Como ele cometeu o crime um dia antes de completar 18 anos, foi levado para a DCA (Delegacia da Criança e do Adolescente). Apesar de ter confessado que premeditou o assassinato, como o crime foi executado quando ele ainda tinha 17 anos, ele vai responder como menor e deve ficar cerca de três anos cumprindo medida socioeducativa.