A nova geração de videogames, o Xbox One e o PlayStation 4, ajudou a série de games de futebol "Fifa" a melhorar um de seus pontos mais delicados, os goleiros.É a opinião do produtor brasileiro do jogo, Gilliard Lopes, que revela que os defensores estão mais inteligentes, o que é uma tentativa de tornar o jogo mais real.
"As vantagens [dos videogames] da nova geração são inúmeras. Eles têm o poder de processamento e a memória de que precisávamos para continuar levando a franquia para frente", explica em entrevista. Ele explica que, agora, o goleiro tem o mesmo comportamento e o cuidado no desenvolvimento dos outros jogadores em campo. "Ele tem 'momentum'. Caso se movimente para um lado, ele não pode simplesmente mudar de direção sem pagar um preço por isso. E essa simulação não era possível de ser feita nos antigos consoles".
O fã pode se perguntar se a melhoria dos goleiros pode deixar o jogo mais difícil ou desequilibrado. Lopes afirma que com a nova programação da inteligência dos goleiros, o balanceamento do jogo "veio naturalmente", o que deixou as partidas mais reais.
"Agora, o goleiro obedece as mesmas leis de física dos outros jogadores. Em uma bola que é chutada em cima dele, é muito mais difícil prever se ele vai defender ou não. Antes, rodávamos uma lógica [de programação] para decidir se ele iria defender. Em 'Fifa 15', o goleiro vai se jogar na direção da bola e vai tentar usar todas as partes de seu corpo, braços, pernas e cabeça para fazer a defesa".
Sem 'olhar de peixe morto'
Uma das principais mudanças gráficas de "Fifa 15" está nas expressões faciais dos jogadores. "Eles não vão mais ter aquele olhar de peixe morto", brinca o produtor.
"Os jogadores reagem emocionalmente ao que acontece em campo". Gilliard Lopes conta que a Electronic Arts levou o equipamento de captura de rostos para dentro dos grandes clubes não só para fotografar os jogadores em uma expressão neutra, mas fazendo caretas na hora do gol ou quando estão bravos.
"Eles vão mostrar suas emoções ao interagirem com os colegas de time e no que acontece no decorrer da partida".
Sem times brasileiros
"Assim como todos os fãs, eu também fiquei muito triste com a ausência dos clubes brasileiros no 'Fifa 15'", diz o produtor, que conta que outros membros da equipe da EA vieram consolá-lo quando souberam da notícia.
Entretanto, ele afirma – do mesmo modo que Jonathan Harris, diretor da Electronic Arts no Brasil, em entrevista realizada em junho – que "por ter mudado a interpretação de uma lei, não nos sentimos seguros de colocar os atletas brasileiros no jogo". "Pelo investimento que fazemos no mercado brasileiro, sabemos da importância que é ter os times do Brasil para o game. Temos as licenças com os clubes e pagamos para termos todos eles.
Decidimos não usar porque não temos o direito de uso da imagem dos jogadores que atuam no Brasil. Não quisemos também usar nomes fictícios de atletas", explica.
"O problema não é o dinheiro. Queremos pagar [o direito de imagem dos atletas], mas não sabemos para quem pagar. Não existe uma entidade que represente os jogadores e seu direito de imagem no Brasil como tem em todos os países da Europa".
"Fifa 15" será lançado no Brasil no dia 9 de outubro para PlayStation 4, Xbox One, Xbox 360, PS3 e PC.
Clique e curta o Portal Meio Norte no Facebook