Em greve, categorias protestam nas ruas do Centro de Teresina

Professores também participaram do ato unificado com faixas e cartazes por melhorias na educação

Greve | Raíssa Morais
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Manifestantes realizaram na manhã desta quarta-feira (23), no Centro de Teresina, um movimento para reivindicar melhorias no transporte público da capital. Professores grevistas e representantes de comunidades sem moradia também participaram do ato unificado com faixas e cartazes. Os protestantes fecharam ruas e interditaram parcialmente a Avenida Maranhão.

O percurso iniciou às 8h na Praça do Fripisa, Centro, e após 30 minutos o grupo seguiu em direção ao Palácio da Cidade, sede da Prefeitura de Teresina. Guardas da Superintendência Municipal de Trânsito (Strans) fizeram uma barreira com veículos para impedir o acesso ao prédio municipal, mas manifestantes conseguiram furar o bloqueio.

Manifestação no Centro de Teresina (Foto: reprodução)

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Com microfone e carros de som, grevistas pediram a resolução da crise do transporte público em Teresina e denunciaram a postura das empresas de ônibus. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Rodoviário (Sintetro), Antônio Cardoso, embora a Justiça tenha determinado que 80% da frota do ônibus circulasse em horário de pico, somente dois ônibus estão em atividade. 

Ele explicou que os motoristas e cobradores não têm condições de seguir a medida. "O sistema colapsou totalmente. Ordem judicial a gente não discute, se cumpre, mas Setut [Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina] não cumpre o direito dos trabalhadores", disse.

A Procuradoria Geral do Município acionou a Justiça Trabalhista para que empresários, motoristas e cobradores circulem com 70% da frota de ônibus em Teresina no horário de pico.

De acordo com o Sintetro, Teresina tem atualmente 200 ônibus disponíveis, menos da metade do que a capital possuía até o ano de 2017. Nos horários de pico, 160 devem circular. Nos demais, 120 devem sair às ruas para atender a população. A decisão judicial da desembargadora Liana Chaib, emitida na terça-feira (22), exige retorno parcial da circulação dos ônibus sob pena de R$ 50 mil diários em caso de descumprimento.

"Estamos passando necessidade. Algumas empresas estão deixando de cumprir as obrigações trabalhistas como férias vencidas, depósito do FGTS, além de empresas que estão pagando um salário de R$ 400 reais por mês ao trabalhador. Não dá para sobreviver com isso e queremos que o poder público tome de conta da situação", falou Antônio Cardoso.

Ao lado dos motoristas grevistas, professores da rede estadual, municipal e da Universidade Federal do Piauí (UFPI) também cobraram melhorias na estrutura escolar, reajuste salarial e criação de plano de carreira de professores. Professores grevistas da rede municipal de Teresina reivindicam que a lei federal do magistério 33,23% seja seguida pela prefeitura. População sem moradia também participou do protesto. O motivo seria a regularização de terras, reassentamento das famílias em terrenos da prefeitura e a construção de casas populares.

O militante Luís Sérgio Marinho, garantiu que as manifestações e greves devem continuar até que sejam apresentadas resoluções que considerem as reivindicações dos grevistas.

"A população tem sido atacada repetidas vezes na última década. A gente tem sentido a precarização em diversas áreas e precisamos reagir. O movimento grevista é um das armas que a população tem para reagir contra os nossos reais inimigos, principalmente contra empresários do Setut que estão acabando com nosso transporte. Os problemas continuam e a luta da classe trabalhadora é uma só", disse.

“Estamos aqui pela educação e pela falará de transportes. Eu não tenho como me sustentar e estou vendo pessoas perdendo o emprego por causa da ineficiência e ausência de um sistema de transporte público. Setut, a culpa é sua”, disse a estudante Laila Rodrigues.

Manifestações são registradas em Teresina - Foto: Raíssa Morais

O ato percorreu a rua Arlindo Nogueira e depois Lizandro Nogueira, onde passaram pela lateral da Praça da Bandeira, para chegar à frente da Prefeitura, às 10h. Após o dicursos de organizadores da manifestação, o grupo seguiu em direção à Avenida Maranhão, passando em frente ao Sindicato dos Transportes Urbanos de Teresina (Setut). Em seguida, os manifestantes seguiram pela rua Paissandu até o Palácio de Karnak, sede do governo estadual.

O ato foi finalizado nas escadarias da Igreja São Benedito, também no Centro de Teresina.

Manifestações são registradas em Teresina - Foto: Raíssa Morais

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