Como diz a canção de Guilherme Arantes "Terra, planeta água", o planeta Terra possui 70% de água e apenas 30% de terra. No entanto, esses números não representam água em abundância para o consumo humano, pois da água disponível, 97% é salgada, e somente 3% é água doce, que pode ser encontrada nas geleiras, regiões subterrâneas, rios, lagos e outras fontes.
E para evitar que a água doce um dia falte, as populações do mundo têm ainda na preservação e no não desperdício, as principais medidas para não deixar que a água potável acabe.
Mas não é tão simples assim, por existirem problemáticas que impedem que essas medidas sejam postas em prática, dentre elas estão: a poluição de rios e lagos por grandes empresas e pelo despejo de esgotos sem tratamento; o desperdício da água, que se apresenta em diversas esferas, desde a empresarial, a residencial, em construções e até mesmo vazamentos na rede de distribuição.
Denis Carvalho, psicólogo ambiental e professor da Universidade Federal do Piauí, acredita que estudos com foco no tratamento da água, seriam uma grande evolução, tendo como objetivo a redução dos impactos causados pela poluição.
"O ideal seria mais estudos para o tratamento da água. Assim como foi a ação da tecnologia humana, uma grande evolução. O intuito seria amenizar os impactos causados pela poluição, além de tratar melhor a água e até reaproveitá-la", sugere o professor universitário.
Para o professor Denis Carvalho, as escolas e as famílias devem se unir em prol da educação de jovens e adultos, principalmente, a respeito de preservar a água potável, promovendo, assim, discussões e troca de conhecimentos. E afirma ainda que a água é uma proposta que existe na educação do Brasil, mas nunca foi de fato inserida.
"A escola tem que dialogar com os pais. Chamá-los para saberem o que seus filhos estão aprendendo e assim, desenvolver mais o tema sustentável e maneiras de não desperdiçar água. Isso pode ser feito por meio de palestras, debates ou mesmo gincanas.
Com essa estratégia, trocariam ideias, havendo assim, congruência entre o que a escola ensina e o que as famílias estão praticando. Mas a água na educação é uma proposta que já existe há algum tempo, inclusive em nosso país. Mas ela nunca ganhou força o suficiente para ser inserida no contexto escolar", aponta Denis Carvalho.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), uma pessoa necessita de 100 litros de água doce por dia. No Brasil, a média é de 200 litros por dia, já nos Estados Unidos é de 300 litros.
Atualmente, estima-se que um bilhão de habitantes não possuem a quantidade mínima para o consumo, fato que se agravará em 2050, quando atingirá 45% da população mundial.
Em Teresina, são produzidos em torno de 250 milhões de litros de água por dia, mesmo assim, a água já é, para muitos, um produto raro. Não pela escassez dela, mas devido à falta de ligações adequadas na rede de abastecimento em bairros considerados novos na capital.
Contudo, o que mais chama a atenção é que, do total da água potável presente nos reservatórios, 50% dela se perde antes de chegar às residências dos teresinenses.
De acordo com Orlando Aires, superintendente metropolitano da Agespisa, o que mais causa vazamentos na rede de distribuição, são ligações clandestinas.
“A perda chega a 50%. Mas estamos realizando, sempre que necessárias, a manutenção e a troca de equipamentos danificados. Mas o que mais contribui com esses vazamentos, influenciando a perda de água, são as ligações clandestinas ou as famosas ‘gambiarras’, que geralmente são
provenientes de invasões de terrenos, que para se manterem no tal espaço realizam desvios de água, que sempre acontecem com materiais de baixa qualidade, diferente dos que usamos nas ligações”, esclarece o superintendente metropolitano da Agespisa.
Orlando Aires garante que os principais investimentos, nos últimos anos, da Agespisa, é manter a distribuição regular para toda Teresina e, inclusive, evitar o desperdício de água.
“Nos últimos anos, a Agespisa tem trabalhado para manter o fornecimento regular em toda a capital e evitar perdas de água, como a substituição de 150 quilômetros de redes antigas, sendo que Teresina possui uma extensão aproximada de 400 quilômetros, foi feita com cimento amianto e ferro fundido
por novas tubulações em PVC, e também o reforço nas equipes de correção de vazamentos e de fiscalização. Além disso, a colocação e substituição permanente de hidrômetros”, apresenta o superintendente metropolitano da Agespisa.
Questionado quanto à fiscalização, Orlando Aires, afirma que a empresa vem multando ligações clandestinas.Quando constatadas, são valores que variam de acordo com o porte e a destinação do espaço.
“A Agespisa vem fiscalizando, isso quando constatado, fazemos uma notificação com multas de R$ 500 ou R$ 600, no mínimo, de acordo com o porte ou uso do espaço.
Se for residencial é um valor, comercial é outro, ou construção é outro bem maior, inclusive”, destaca o superintendente metropolitano da Agespisa.