A EMS anunciou nesta quarta-feira (24) a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a produção de dois medicamentos à base de liraglutida: Olire, destinado ao tratamento da obesidade, e Lirux, voltado ao controle do diabetes tipo 2. Embora a data de lançamento ainda não tenha sido definida, a previsão é de que ambos cheguem ao mercado em 2025.
Os dois medicamentos estarão disponíveis nas farmácias brasileiras a partir de 2025. Com esse lançamento, a EMS se tornará a primeira farmacêutica 100% brasileira a ingressar no mercado global de análogos de GLP-1, concorrendo diretamente com gigantes como Novo Nordisk (Ozempic e Wegovy) e Eli Lilly (Mounjaro).
EXIGE APLICAÇÃO DIÁRIA
A principal diferença está no uso da liraglutida, que exige aplicação diária, enquanto a semaglutida (Ozempic) e a tirzepatida (Mounjaro) são administradas semanalmente. Todas imitam o GLP-1, hormônio intestinal que, ao detectar glicose, reduz o apetite ao sinalizar saciedade ao cérebro.
De acordo com Sanchez, a expectativa é expandir a comercialização das moléculas de liraglutida para o exterior. "Daqui a oito anos, o grupo poderá faturar US$ 2 bilhões no exterior e outros US$ 2 bilhões no Brasil”, afirma.
MERCADO EM ALTA
Segundo a Barclays, o mercado de medicamentos contra a obesidade pode atingir US$ 199 bilhões anuais nos próximos anos. Em 2022, as vendas globais de tratamentos para diabetes tipo 2 superaram US$ 6 bilhões até agosto de 2023.
Olire, para obesidade e sobrepeso com comorbidades, e Lirux, para diabetes tipo 2, reproduzem o GLP-1, hormônio intestinal que reduz o apetite, aumenta a insulina e equilibra o açúcar no sangue. Produzidos com a tecnologia UltraPurePep, garantem alta pureza e eficiência na nova geração de análogos de GLP-1.
Os medicamentos Olire e Lirux estão em fase piloto na nova fábrica do Grupo NC, Rio Biofarmacêutica Brasil Ltda (RBBL), inaugurada em agosto de 2024, em Hortolândia (SP). A unidade, com 2,5 mil m², recebeu investimento de R$ 70 milhões, sendo R$ 48 milhões financiados pelo BNDES.
Segundo a EMS, o diferencial está na tecnologia que utiliza peptídeos sintéticos de alta pureza. As doses diárias são de até 1,8 mg para o Lirux e 3 mg para o Olire.