Entre os brasileiros que hostilizaram Gilberto Gil no Catar, durante a partida da seleção brasileira contra a Sérvia, está o empresário Ranier Felipe dos Santos Lemache. De Volta Redonda, no Rio de Janeiro, ele aparece nas imagens próximo ao compositor baiano, de 80 anos, e de sua mulher, Flora Gil. Ele pode ser visto usando um chapéu e uma camisa do Brasil com o nome Papito Rani nas costas.
De 43 anos de idade, Ranier Felipe tem algumas empresas em seu nome, como a franquia de uma rede de pizza, uma agência de viagens e uma farmácia de manipulação. Ele possui um perfil fechado no Instagram e um aberto no Facebook, onde escreveu no fim de outubro uma mensagem pedindo empatia para todos: "O Brasil é maior que a nossa divisão política. Que possamos ter paz e harmonia nos próximos anos. Deus acima de tudo. Empatia para todos!".
Gilberto Gil e a empresária Flora Gil, de 62 anos, se dirigiam à arquibancada quando foram abordados por torcedores brasileiros com palavrões e gritos de "Vamo, Lei Rouanet", em referência à lei de incentivo a projetos culturais, e "Vamo, Bolsonaro", em apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Ambos não responderam aos insultos.
Empresário nega ter xingado
Em nota, Lemache admite que estava no grupo que hostilizou Gilberto Gil, mas nega ter xingado o artista. “Gostaria de me solidarizar com o senhor Gilberto Gil e sua família em virtude da ofensa que a ele fora proferida, uma vez que eu também não gostaria de ouvi-la".
Ele afirma que disse somente outras frases ouvidas na gravação, uma delas em tom irônico.
“Decerto não era o momento, tampouco o local adequado, mas, as duas únicas frases ditas por mim foram: "Vamos Bolsonaro" e "Você ajudou o Brasil para c..." (essa última em evidente tom de ironia, haja vista a divergência política) que, com todo respeito, não configura nenhuma ofensa. Em virtude da polarização política existente hoje no Brasil, uma outra pessoa que estava atrás de mim extrapolou e desferiu um xingamento ao Sr. Gilberto Gil. Entretanto, repita-se, não foi eu!!!” escreveu.