Uma enfermeira britânica identificada como Lucy Letby, de 33 anos, foi condenada à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional nesta segunda-feira (21), ela é acusada pelo assassinato de sete bebês e pela tentativa de assassinato de seis pessoas. Os crimes teriam ocorrido no hospital em que ela trabalhava na Inglaterra.
A condenação foi decretada pelo ministro de Manchester Crown Court, norte do país. A decisão indica que Lucy passará o resto da vida na prisão. Antes do julgamento, ela se negou a comparecer aos bancos dos réus. A condenação foi decretada após o tribunal não identificar a presença da acusada no julgamento.
“Acho covarde que pessoas que cometem crimes tão horrendos não enfrentem suas vítimas e não ouçam em primeira mão o impacto que seus crimes tiveram sobre elas, suas famílias e entes queridos”,disse o ministro.
“Estamos procurando e temos mudado a lei para garantir que isso aconteça e isso é algo que apresentaremos no devido tempo, finalizou”
O tribunal ouviu na sexta-feira que Letby atacou bebês que estavam sob seus cuidados, administrando ar em seus sistemas sanguíneos e estômagos, alimentando-os em excesso com leite, fazendo agressões físicas e envenenando-os com doses de insulina. As alegações feitas contra Letby, bem como sua condenação, desencadearam uma investigação governamental, levantando questionamentos sobre como ela conseguiu passar despercebida por tanto tempo.
A acusada agiu de forma sútil agredindo 13 bebês na sala neonatal do Hospital Condessa de Chester durante o período entre 2015 e 2016, conforme comunicado divulgado pelo Crown Prosecution Service (CPS) da Grã-Bretanha na sexta-feira. Os promotores alegaram que Letby tinha a intenção de tirar a vida dos bebês, ao mesmo tempo que enganava seus colegas, fazendo-os acreditar que as mortes tinham causas naturais.
A mãe de uma das crianças vítimas da agressora, relata que confiava “completamente” no conselho de Letby, em depoimento no tribunal. No entanto, ela afirma que “sabia que poderia haver algo errado”, quando seu filho começou a gritar na unidade de terapia intensiva durante uma noite.
Durante os anos de 2018 e 2019, Letby chegou a ser presa em duas ocasiões pela polícia no âmbito da investigação, de acordo com informações da PA. Posteriormente, ela foi presa novamente em novembro de 2020. Durante as operações de busca realizadas em sua residência, as autoridades encontraram anotações escritas por Letby.
A equipe médica do hospital observou um aumento no número de bebês que tiveram mortes súbitas ou desmaios na unidade neonatal, conforme detalhado durante as audiências no tribunal de Manchester. Entretanto, inicialmente, a administração hospitalar descartou as preocupações levantadas pelos médicos acerca do aumento na taxa de mortalidade dos pacientes sob os cuidados de Letby, conforme relatado pela PA.
Os advogados que representam as famílias das vítimas expressaram que o inquérito "não estava à altura das expectativas", pois não possuía a autoridade para convocar testemunhas.