Um enfermeiro foi vítima de racismo na manhã desta sexta-feira (13), durante a aplicação de vacinas contra a Covid-19 no departamento de Nutrição da Universidade Federal do Piauí (UFPI). A denúncia foi feita através de colegas do profissional ao Meionorte.com, que repassou o caso para a Fundação Municipal de Saúde (FMS).
De acordo com a enfermeira Joelma Maria Costa, responsável pela sala de vacinas do departamento, Alisson, de 27 anos, estava aplicando a segunda dose da Pfizer em pacientes, quando em um determinado momento, a mãe de uma das pessoas que estavam no local para receber a vacina, teceu injúrias raciais contra ele.
“Aqui sofremos todo tipo de preconceito. Mas hoje foi demais. Ela disse que não queria ele vacinasse porque ele era negro e não acreditava que ele tinha curso superior. Ele ficou tão constrangido que saiu da sala para chorar. Isso foi uma senhora, uma mãe de uma paciente que ia se vacinar”, explicou.
Após o caso, os profissionais fizeram um vídeo lamentando ocorrido e pediram respeito. Uma supervisora que estava no local, encaminhou Alisson à Delegacia de Direitos Humanos para denunciar o crime. A reportagem procurou a FMS, que informou através de nota, que o servidor terá todo o suporte jurídico por parte da instituição, que dará ciência ao Ministério Público para as providências legais cabíveis na área criminal.
"A FMS ressalta que racismo é crime inafiançável tipificado na Lei 7.716 de janeiro/1989 e que punível por reclusão. O presidente da FMS, Gilberto Albuquerque, ressalta que a instituição fornecerá todo suporte que o servidor necessitar. Gilberto Albuquerque. Gilberto agradece o empenho e dedicação de toda a equipe da FMS que tem trabalhado incansavelmente para que a população de Teresina seja imunizada e receba todo o suporte de saúde quando for necessário", diz trecho do comunicado.
Veja a nota na íntegra:
A Fundação Municipal de Saúde (FMS) informa que repudia totalmente qualquer tipo de discriminação. Na manhã de hoje (13), um servidor da FMS foi vítima de conduta discriminatória em serviço. O enfermeiro de 27 anos estava na equipe de vacinação contra a covid quando foi agredido verbalmente por um paciente que agendou o recebimento do imunizante para a Universidade Federal do Piauí, que afirmou que não tomaria a vacina aplicada por um negro, o que configura crime de racismo. A procuradoria jurídica da FMS orientou o envio de notícia-crime à Delegacia de Direitos Humanos. O servidor terá todo suporte jurídico por parte da instituição, que dará ciência ao Ministério Público para as providências legais cabíveis na área criminal.
A FMS ressalta que racismo é crime inafiançável tipificado na Lei 7.716 de janeiro/1989 e que punível por reclusão. O presidente da FMS, Gilberto Albuquerque, ressalta que a instituição fornecerá todo suporte que o servidor necessitar. Gilberto Albuquerque. Gilberto agradece o empenho e dedicação de toda a equipe da FMS que tem trabalhado incansavelmente para que a população de Teresina seja imunizada e receba todo o suporte de saúde quando for necessário.
UFPI lança nota de repúdio
A Universidade Federal do Piauí (UFPI) divulgou uma nota de repúdio acerca do caso. “A Universidade Federal do Piauí (UFPI) repudia de forma veemente o ato de racismo contra um enfermeiro da Fundação Municipal de Saúde (FMS), ocorrido em posto de vacinação disponibilizado no Campus da Ininga. ⠀ O ato, praticado pela acompanhante de um paciente, é desumano e completamente inaceitável tanto do ponto de vista da convivência social como sob o parâmetro legal: é, portanto, além de absurdo, um crime. A UFPI se solidariza com o profissional objeto dessa vil agressão e com todos os profissionais direta ou indiretamente alvo de tão grave acontecimento”, diz a nota. ⠀
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