Hoje o programa Fogo Cruzado, da Rádio Jornal Meio Norte, apresentaria a segunda parte do debate com os candidatos a deputado estadual, falando do tema Saúde. A primeira parte aconteceu na última terça-feira (28), com quatro candidatos. Hoje, teríamos mais três.
Ainda no começo desta semana, a coligação “O Piauí tem jeito sim”, do partido PSC, através de sua coordenação, optou por não mandar representante para o nosso debate. E ontem, a assessoria do candidato Thiago Sampaio, da coligação “Mudar para cuidar da nossa gente”, do partido Solidariedade, informou a nossa produção que o mesmo também não poderia estar presente no debate, por compromisso de última hora.
Obviamente o debate ficou inviabilizado, mas em respeito ao candidato que se faz presente aqui hoje, o Dr. Lázaro, da coligação “Resistência pelo Piauí”, o espaço será garantido a ele.
Ao invés de debate, foi realizada uma entrevista com ele, usando o mesmo tempo que teria no debate e falando sobre o mesmo tema: Saúde.
Entrevista com o candidato: Dr. Lázaro (PPS), coligação “Resistência pelo Piauí”.
Gilvan Barbosa: Como profissional da área de saúde, o que o senhor pretende fazer para melhorar o atendimento no estado?
Dr. Lázaro: A saúde pública vem ao longo do tempo sofrendo vários ataques pelos entes governamentais. Então o que é mais importante é aumentar os recursos e aumentar a eficiência com que esses recursos devam ser aplicados. É comum vermos ao longo dos governos pessoas que não tem o hábito de cuidar de pessoas sendo colocadas em pastas ou cuidando de comissões de saúde sem terem a devida experiência e o resultado final é a gerência desses recursos de forma inadequada. E o resultado é que as pessoas comprovam que não há eficiência no seu tratamento e com isso há uma sensação de que a saúde não é de uma qualidade razoável, aceitável para o quanto de impostos que nós pagamos.
Gilvan Barbosa: como o senhor enxerga a atual situação pública da saúde no estado do Piauí?
Dr. Lázaro: A saúde no estado do Piauí ela deu um nó. Nós temos o HUT que é uma grande porta aberta de pacientes. Nós temos o HGV que vem sendo sucateado ao longo dos anos, onde temos uma grande quantidade de médicos com um perfil técnico e uma qualidade admirável, e reconhecida no Brasil todo capazes, mas que não tem a infraestutura e as condições de trabalho para realizar aquilo que foram treinados. Nós temos o HU com uma estrutura física excelente, moderno, com certeza com a melhor estrutura física, mas que tem poucos profissionais para decidir um teto insuficiente o qual ele não pode romper esse teto de gastos e desta forma o sistema bloqueia e dificulta o acesso dos pacientes ao HU. Então, o sistema não está trabalhando de forma harmônica. Os pacientes chegam com diversas patologias ao HUT que não tem o perfil de tratamento do HUT e uma regulação que não funciona de forma eficiente. Eu observei na semana passada que tinha pelo menos 150 pacientes dos hospitais do estado do Piauí com fraturas esperando uma transferência para Teresina. Então essa demora, leva a vários complicadores.
Gilvan Barbosa: Como melhoraria o atendimento pelo interior do estado, pela periferia, nas suas UBS, como poderia ser melhorado isso já que a gente vê a dificuldade de um pai e uma mãe de família ser atendido, as vezes viram a madrugada para conseguir ser atendido. Como fazer para melhorar essa situação?
Dr. Lázaro: Com investimento e gestão eficiente e, acima de tudo, que os partidos e governos trabalhem com que a saúde seja a sua bandeira e não a bandeira do seu partido, ou do seu grupo ou do seu interesse pessoal. Infelizmente há uma politização excessiva no estado nos cargos ocupados, de modo que pessoas que tem um perfil técnico e também político não são escolhidas por meritocracia. Então não há um entendimento, Não há uma gestão eficiente.
Existe uma regulação no estado que não funciona, existe uma regulação na prefeitura que é lenta e essas regulação não trabalham conjuntamente e um HU que fica a margem deste sistema. Então tem que ter investimentos e eficiência no atendimento. Rapidez nesse atendimento. Se a doença é atendida de forma rápida ela gera menos custo para o próprio sistema de saúde.
Nas grandes regiões do interior do Piauí, os hospitais regrediram ao longo dos anos. Procedimentos que antigamente eram feitos, agora não são feitos mais. Equipamentos simples não funcionam ou não tem uma qualidade que o médico precisa para fazer um diagnóstico efetivo ou um tratamento, ou um encaminhamento adequado.
Tem que se fazer a descentralização, procedimentos mais simples, que todas as especialidades tem, deveriam ser resolvidos nessas macrorregiões como Picos, Floriano, com toda estrutura necessário para que esse tratamento seja efetivo, porque só o deslocamento e o transporte fica inchando e sobrecarregando o serviço.
Gilvan Barbosa: Uma vez o senhor conseguindo galgar ser deputado estadual, o que o senhor faria mudar essa história da questão do atendimento pelas unidades e hospitais municipais com a questão do atendimento do estado, porque muitas vezes o prefeito não é aliado do governo e aí isso acaba onde não há esse entendimento, onde uma transferência de um simples transferência para salvar aquela vida não se faz porque não se consegue quebrar essa barreira política-democrática?
Dr. Lázaro: No nosso mandato como vereador em Teresina, nós atacamos ponto a ponto. Você não tem grandes soluções, você tem uma briga diária. Os pacientes que precisam de tratamento cardiológico ou que precisam de tratamento neurológico eles vão para o HUT e nas nossas fiscalizações como vereador de Teresina nós observamos que existiam equipamentos que estavam guardados no HUT mas que não existiam infraestrutura, espaços físicos para que eles fosse colocados para funcionar. Então, de imediato nós demandamos na câmara para que esses equipamentos em vez de serem sucateados fossem doados para o HU ou HGV. Da mesma forma o HGV, como deputado estadual nós vamos fiscalizar diariamente, semanalmente e denunciar o abandono que está acontecendo naquele hospital. Não pode um hospital daquela magnitude, por exemplo, não ter uma emergência adequada a determinados tipos de tratamento, já foi um erro muito grave quando no passado acabaram a urgência e emergência.
O HUT recebe pacientes de outros estados e não existe uma compensação para que o HUT tenha recursos. O que seria possível fazer nesse sentido, para brigar nesse sentido de trazer recursos da compensação de pacientes que vem de outras regiões, de outros estados e também de equipar e contratar médicos pelo valor que ele merece para colocar pelo interior do estado?
Essa é uma grande verdade. A cidade de Teresina ela é obrigada a atender e receber pelo menos 29 municípios do Maranhão e existe uma compensação financeira para esse atendimento, mas que muitas vezes não é cumprida pelas prefeituras. A ideia é muita boa de você montar consórcios, receber esses pacientes. O fato do paciente vir do Maranhão para ser atendido em Teresina não é maléfico desde que haja essa compensação financeira. Então é muito importante que o vereador, o deputado estadual e os seus representantes federais e senadores eles levem essa bandeira para Brasília afim de mostrar a posição estratégica que Teresina tem na saúde, estrategicamente geograficamente na região norte do país e esses pacientes que vem aqui para Teresina eles trazem também dividendos, estimulam a economia local, então temos que ter um olhar não como se fosse prejuízo, mas que isso seja um estímulo econômico.
Considerações finais do Dr. Lázaro.
2018 é um ano simbólico nas eleições no Piauí e no Brasil. A população está cada vez mais atenta e consciente da importância de quem serão seus escolhidos e das qualidades e competências que esses escolhidos terão para nos governar.
Tenho a experiência de um ano e meio como vereador em Teresina. Uma experiência que foi muito produtiva e importante, mas não poderia ficar omisso nesse momento.
Por isso ofereco meu nome, meu conhecimento, mais de 22 anos atuando dentro da saúde pública, para ser uma voz atenta, competente, ética, séria e com a sensibilidade e responsabilidade social para contribuiur com o futuro governador e com o futuro presidente do Brasil, para melhorar a saúde pública do nosso estado. Meu número é 23192.