Escola da tragédia de Realengo supera massacre e melhora notas

No ano da morte de 12 alunos, colégio de Realengo aumenta notas na avaliação do MEC

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Desde o massacre que vitimou 12 crianças em 7 de abril de 2011, a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, tenta superar a tragédia. Uma ampla reforma foi realizada e as normas de segurança no colégio ficaram mais rígidas. Um novo número mostra que os esforços têm sido bem sucedidos.

O resultado do último Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) aponta que, apesar do trauma deixado pelo massacre, a instituição aumentou sua nota final em 2011. Nos anos iniciais (até o 5º ano do Ensino Fundamental), a nota saltou de 4,9, em 2009, para 5,6. Já nos anos finais (do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental), subiu de 3,8 para 4,9. Os resultados ficaram acima da média nacional, de 5 nos anos iniciais e de 4,1 nos finais.

No caso da Tasso da Silveira, o índice de aprovação em 2011 contribuiu para a nota final no Ideb. Segundo o diretor Luís Marduk, os professores foram orientados a ?não pesarem a mão? nas avaliações. A medida resultou na proporção de seis reprovados a cada 100. ?No momento da tragédia, era importante ter o aluno confiando na escola, trazê-lo de volta com segurança e tranquilidade para aprender?, explicou Marduk.

A prática não deve tirar o mérito da instituição. Os resultados nas provas de Português e Matemática do MEC, outra variante que compõe o Ideb, também ficaram acima da média do País: 5,95 e 5,26 contra 5,43 e 4,97.

Obras na instituição encolheram a carga horária, mas não atrapalharam o aprendizado. ?O tempo que os alunos estavam na escola era sempre aproveitado ao máximo. Isso interferiu. Mostramos que a escola está viva?, comemorou Marduk, que enfatiza o empenho dos alunos.

A psicóloga Maria Luiza Bustamante, da Uerj, explica que superações como a da escola municipal não são frequentes. Traumas diminuem a criatividade e a produtividade intelectual. O esforço das pessoas para superá-lo pode, entretanto, acarretar em uma produção superior à anterior ao fato. ?Tudo depende da interação entre a ocorrência do trauma e a sociedade que foi vítima dele?, afirmou a psicóloga.

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