THE: Escolhi morar aqui! A doçura do licor da Dona Francisca Pedrina

Aos 80 anos de idade, essa senhora ajuda a construir a história da cidade com simplicidade e doçura.

Francisca Pedrina. | Reprodução Jornal MN
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Descobrir Teresina é olhar nos olhos de cada um de seus moradores e encontrar histórias únicas, vividas sobre o chão de uma terra acolhedora, sempre disposta a receber os que elegem esta cidade como lar.

Francisca Pedrina é um desses casos. Aos 80 anos de idade, essa senhora ajuda a construir a história da cidade com simplicidade e doçura. Natural de Campo Maior, ela lembra que aos 17 anos veio - a contragosto - para a capital cuidar da saúde do pai.

"Quando me mudei para cá, a cidade praticamente não tinha água encanada, energia elétrica ou calçamento. Assim como Teresina, eu era uma criança que não tinha noção do mundo", recorda.

Buscando conforto na nova casa, Francisca mergulhou no trabalho. Além de florista, era bordadeira. No emprego conheceu o homem que veio a ser seu marido por 50 anos. "Mas essa é outra história", brinca. E, nas horas vagas, fabricava licor para matar a saudade da terra natal.

O ofício, aprendeu ainda menina, aos seis anos de idade. "Via minha mãe fazendo no fundo da casa e ficava encantada com aquilo. De tanto pedir, ela acabou me ensinando", conta.

Através do artesanato gastronômico ela fez grandes amigos, recebeu elogios de personalidades locais e ganhou fama nas redondezas do bairro Por Enquanto, onde mora até hoje.

Conversar com dona Pedrina é descobrir Teresina através de seus sabores mais singulares. Ainda no batente, até hoje ela produz mais de 50 tipos de licor. "Um mais gostoso que o outro", faz questão de frisar.

Cheia de garra, ela conta que é realizada com o ofício que tem. E faz porque gosta. "Nada me dá mais prazer que trabalhar. Fico doente quando não tem licor pra fazer, não gosto de ficar parada", diz.

O trabalho duro virou reconhecimento nacional: até o presidente Lula já provou os saborosos licores de Pedrina. Em 2008, a delegação do Piauí precisava enviar pratos típicos para um café da manhã parlamentar, mas faltava algo marcante que representasse o Estado.

"Foi quando uma amiga da organização veio aqui em casa me pedir um licor. Não contei história e mandei alguns litros. O presidente gostou tanto que levou vários para casa.

Hoje sou conhecida como a rainha do licor", conta cheia de orgulho. E nem adianta perguntar o ingrediente do sucesso. O segredo ela não conta para ninguém.

Com tantas realizações pessoais e profissionais, a monarca escolheu Teresina como terra natal. "Amo essa cidade de paixão, pois aqui vivi os melhores momentos da minha vida.

Me considero uma cidadã teresinense e daqui não saio nunca mais", brada. Receptiva e cheia de vida, ela é a representação de viver em Teresina: um porto seguro cheio de doçuras. Sempre com boas histórias para contar.

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