Os remédios à base de hidroxicloroquina e cloroquina sumiram das farmácias após serem citados como possíveis tratamentos contra o novo coronavírus. Indicados para o tratamento de doenças como lúpus e malária, até a última sexta, eles poderiam ser comercializados sem receita.
Porém, com o aumento da procura, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) incluiu os remédios na lista de controlados e agora só podem ser vendidos com prescrição e retenção de receita nas farmácias para controle da venda.
"A hidroxicloroquina também conhecida como reuquinol é indicado e prescrito para pacientes com doenças autoimunes como lúpus, artrite reumatoide, malária e algumas condições dermatológicas", explica a farmacêutica Lígia Vasconcelos.
Apesar da alta procura, Lígia acrescenta que de acordo com a Anvisa, os estudos sobre a eficácia em relação ao coronavírus são promissores, porém não conclusivos. "Portanto não há indicação para Covid-19 até o momento, muito menos como prevenção dessa doença", ressalta.
A profissional faz um alerta sobre o uso indiscriminado dos medicamentos. "Enquanto a utilização não for recomendada para tratamento da Covid-19, outras pessoas que realmente precisam serão prejudicadas pela falta deles nas farmácias. Em pacientes com doenças reumáticas a ausência poderá dificultar a mobilidade e não reduzir o edema da articulação. O uso de maneira contínua melhora o estado de saúde trazendo mais qualidade de vida e diminuindo os sinais e sintomas da doença", alerta.
A farmacêutica pontua que a decisão da Anvisa foi uma maneira de barrar a venda irracional destes produtos, evitando assim a automedicação e impedindo que pessoas que já usam esse medicamento ficassem sem o seu tratamento.