“Estou arrependido”, diz ex de jovem assassinada a facadas em shopping

Jean confessou ter assassinado ex-mulher em passarela de shopping.

"Estou arrependido", diz ex de jovem assassinada a facadas | Reprodução
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O homem de 34 anos que confessou ter assassinado a facadas a ex-companheira Jéssica Ramos dos Santos, de 20 anos, na última terça-feira (7), diz que está arrependido de ter cometido o crime.

A declaração foi gravada pelo G1, na noite desta quinta-feira (9), no momento em que o suspeito deixou o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em uma viatura policial, para realizar os exames de corpo de delito.

Jean da Silva Cerqueira se entregou à polícia na tarde desta quinta-feira, dois dias após ter assassinado a ex-companheira na passarela do Shopping Paralela, em Salvador. De acordo com o advogado de Jean, Denis Leão, o cliente conta que provocou o crime em um momento de forte emoção. "Isso foi um acaso. Ele se exaltou, mas está profundamente arrependido e com vontade de pagar pelo erro que cometeu" diz o advogado.

Segundo a namorada do pai da vítima, que prefere não divulgar o nome, na noite anterior ao crime o suspeito esteve nas proximidades da casa da vítima, no bairro de São Cristóvão, acompanhado de um mulher que ele teria pedido para xingar Jéssica. Exaltada, completa a namorada do pai da vítima, Jéssica teria jogado pedras no carro em que ele dirigia. Na manhã do dia seguinte, ele cometeu o homicídio.

Ouvido no DHPP até a noite desta quinta-feira, Jean deixou o órgão para realizar exames de corpo de delito. A Polícia Civil não foi precisa ao informar para onde o preso seria encaminhado após os exames, mas antecipou que ele seria levado para a carceragem da 1ª Delegacia Territorial (1ª DT), no Complexo Policial dos Barris, ou voltaria para a sede do DHPP, na Pituba.

Segundo a Polícia Civil, Jean ainda será ouvido na manhã desta sexta, e só depois será levado para o Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador.

Agressão

O tio da jovem esfaqueada em uma das passarelas da Avenida Paralela, em Salvador, agrediu o suspeito do crime, ex-namorado da vítima, na tarde desta quinta-feira (9), no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A agressão ocorreu quando o suspeito era encaminhado pela polícia para prestar depoimento à delegada responsável pelo caso.

Segundo relato de familiares da jovem que estão no DHPP, o tio de Jéssica Ramos dos Santos derrubou o suspeito da escada e o agrediu com um murro. Em seguida, policiais da unidade conseguiram conter o homem e o encaminhou para uma sala do departamento.

Sob gritos de protesto dos familiares da vítima, o suspeito do crime se entregou à polícia na tarde desta quinta-feira, acompanhado de um advogado. "Ele se apresentou para ser punido. Ele deve ser punido na medida do crime que ele cometeu. Ele está profundamente arrependido", disse o advogado de defesa, Denis Leão. Segundo o advogado, ele foi procurado pelos pais do suspeito para defendê-lo, no mesmo dia do crime.

Ainda segundo familiares de Jéssica, quando chegou ao DHPP, o suspeito estava com uma bíblia na mão. Sobre a motivação do crime, o advogado de defesa informou que o cliente foi "movido por uma forte emoção", mas não revelou mais detalhes.

Enterro

O corpo da vítima foi enterrado na tarde de quarta-feira (8) no Cemitério Municipal de Portão, em Lauro de Freitas, região metropolitana da capital baiana. O principal suspeito do crime é o ex-namorado da jovem.

Após o enterro, familiares e amigos de Jéssica Ramos de Oliveira, de 20 anos, fizeram um protesto pelas ruas do bairro de São Cristóvão, em Salvador. Por causa do protesto, o trânsito ficou lento na região de São Cristóvão na quarta-feira.

Na madrugada de quarta-feira, a casa dos pais do suspeito pegou fogo, segundo informações da Central de Polícias (Centel). Os pais do jovem estavam dormindo na residência e acordaram assustados com o incêndio. Ninguém ficou ferido.

Na tarde da terça-feira (7), a polícia localizou um carro de cor prata abandonado no Centro Administrativo da Bahia (CAB), a cerca de 4 km do local do crime. O veículo é um dos principais instrumentos da polícia na investigação da morte da jovem.

Segundo a polícia, o carro pertence ao pai do principal suspeito do assassinato. Sob o comando da delegada Jamila Cidade, a 2ª Delegacia de Homicídios (DH/Central) solicitou a perícia do carro e a apuração das circunstâncias do homicídio. A polícia informou, ainda, que a vítima trabalhava em uma loja de calçados de um shopping situado nas proximidades do lugar onde o crime ocorreu.

Denúncia anterior

De acordo com a Polícia Civil, os familiares da vítima informaram que a jovem assassinada chegou a registrar uma denúncia na Delegacia da Mulher (Deam), no dia 6 de dezembro. Ela relatou que foi agredida fisicamente pelo ex-companheiro, com quem tinha um filho e estava separada havia cerca de dois anos.

"Ele entrou em casa e teria encontrado uma faca de cozinha, com a qual cortou os cabelos (o mega hair) dela, e teria arranhado o rosto dela com essa faca. Ele alega que o mega hair foi ele quem comprou", disse a delegada Ana Virgínia Paim, da Delegacia Especial da Mulher.

A vítima pediu uma medida de proteção para impedir que o ex-namorado se aproximasse dela. Segundo a família, o casal tinha uma audiência marcada para a segunda-feira (13)

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