Estruturas urbanas são ameaça para transmissão da dengue em Teresina

A água da chuva que se acumula em buracos e poças representa um risco à saúde, pois favorece a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue e febre chikungunya

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O período chuvoso traz uma série de alívios para os teresinenses. Por um lado, a temperatura amena favorece o bem-estar da população e a chuva diminui a sensação térmica.


Mas por outro lado, a água que se acumula em buracos e poças após as chuvas representa um risco à saúde, pois favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue e febre chikungunya.

Diversos pontos da cidade contêm focos de transmissão da doença, que vão de buracos no asfalto a poças de água em ruas sem calçamento da cidade.

A população deve estar atenta. Em uma simples volta pela cidade, é possível constatar água parada que se acumula nos vários buracos espalhados nas ruas e avenidas da cidade, especialmente no teto de paradas de ônibus e em terrenos baldios que não estão com a capina em dia. O desconhecimento da população as impede de cobrar por melhorias.

“Faço tudo direitinho aqui em casa. Não deixo acumular água parada em lugar nenhum e fico atenta até nos ralos do banheiro. Ainda assim, fui acometida pela dengue e cheguei a ser internada.

Eu e os vizinhos nos importamos muito com esta questão e sempre estamos de olho na água parada, mas ainda assim fui contaminada. Só sei que a culpa não é minha e nem de quem mora aqui perto”, narrou a dona de casa Antônia Miranda de Oliveira.

Para solucionar um dos problemas, a Prefeitura de Teresina realiza diariamente a Operação Tapa-Buraco. Coordenada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SEMDUH) e Coordenação de Asfalto, o programa mantém um ritmo intenso no cronograma de recuperação asfáltica. “São aplicadas 100 toneladas de massa asfáltica por dia, com investimentos da ordem de R$ 35 mil por dia.

Tudo com recursos próprios da Prefeitura”, completa o coordenador de asfalto, Daniel Pereira. Quanto a capina, a Prefeitura garante que realiza a limpeza e, na época de chuvas, nenhum lugar passa mais de 30 dias sem cuidados.

Teresina corre risco de epidemia da doença

Apesar de ainda não haver nenhum caso confirmado da doença, hospitais de Teresina possuem inúmeros registros de casos de pacientes com os mesmos sintomas da febre chikungunya.

"Os números vêm aumentando desde o início do ano e nas últimas semanas se propagaram ainda mais. O paciente sente febre, dor nas juntas e empolação no corpo, sintomas indênticos ao da chikungunya, o que pode indicar que estamos em plena epidemia da doença", contou o infectologista Kelson Veras.

A febre chikungunya é uma doença parecida com a dengue. Seu modo de transmissão acontece pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado, o mesmo da dengue.

Seus sintomas são semelhantes aos da dengue: febre, mal- estar, dores pelo corpo, dor de cabeça, apatia e cansaço. Entretanto, a pior característica da doença são o inchaço e dores nas articulações, que podem inclusive ser destruídas pelo vírus.

Porém, a grande diferença da febre chikungunya está no seu acometimento das articulações: o vírus avança nas juntas dos pacientes e causa inflamações com fortes dores acompanhadas de inchaço, vermelhidão e calor local.

Embora as pessoas possam se queixar de dor corporal difusa na presença na dengue, a dor é muito mais pronunciada e localizada nas articulações e tendões nos casos de febre chikungunya.

Logo, é importante que tanto a rede médica quanto a população esteja munida de conhecimento de como evitar a dengue e febre chikungunya para que os efeitos da epidemia sejam reduzidos.

"Nunca é demais lembrar que a população deve fazer sua parte. Eliminar todos os focos de água parada das residências é um passo fundamental.

Foto: Moises Saba

 

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