Uma aluna da 6? s?rie da Escola T?cnica Estadual Bernardina Rodrigues Padilha, em Vacaria, no interior do Rio Grande do Sul, perdeu 90% da vis?o do olho esquerdo depois de ter sido atingida por um giz atirado por um colega durante a aula. Para recuperar a vis?o, a estudante ter? de fazer um transplante de c?rnea.
Segundo a diretora da escola, Laureana Guerra Damiani, o acidente aconteceu no dia 20 de novembro, durante a aula de ingl?s. Um colega de classe da estudante usou um estilingue para atirar o giz contra os alunos. O objeto atingiu diretamente o olho esquerdo da estudante, que n?o teria procurado ajuda na escola.
"Ela n?o nos comunicou do acidente. Segundo estudantes que n?s conversamos, ela foi embora na hora do intervalo e saiu por um port?o lateral e n?o pelo port?o de acesso dos estudantes", disse. De acordo com a diretora, a gravidade do caso s? chegou ao conhecimento da escola depois que o pai da menina procurou a dire??o.
Segundo a diretora, a garota teria sa?do da escola e ido para casa. Orientada pela m?e, procurou o posto de sa?de mais pr?ximo, onde fez um curativo e aplicou col?rio. Como o ferimento n?o melhorou, a estudante teve de ser encaminhada para o Hospital Geral e Ambulat?rio Central da Universidade de Caxias do Sul, a mais de 100 quil?metros da cidade, porque o hospital ? considerado refer?ncia na regi?o.
Transplante
Em Caxias, a menina passou por consultas e exames que confirmaram a necessidade de realizar um transplante, j? que ela praticamente n?o enxerga mais nada. De acordo com a m?dica oftalmologista Cl?udia Gallicchio Domingues, respons?vel pelo atendimento ? estudante, quando o giz foi atirado, ela n?o teve tempo suficiente para piscar e evitar o ferimento.
"O giz atingiu diretamente a c?rnea. O ferimento provocou uma bolha, que deixou a c?rnea opaca. Para que o raio luminoso entre no olho para formar a imagem, a c?rnea precisa ser transparente e a dela perdeu essa transpar?ncia. A ?nica sa?da para que ela volte a enxergar ? um transplante", afirmou a m?dica.
Segundo Cl?udia, a aluna s? enxerga vultos com o olho esquerdo e j? ? considerada cega pelas normas da Organiza??o Mundial da Sa?de. "A sorte dela ? que o olho direito ? perfeito. Mas, se ela tivesse problemas de vis?o, com certeza n?o conseguira fazer mais nada sozinha", disse.
Cl?udia disse ainda que o hospital possui um banco de c?rneas e que n?o ser? dif?cil conseguir uma c?rnea para realizar a cirurgia. Antes de se submeter ao transplante, no entanto, a estudante precisa esperar pelo menos uns 20 dias at? o olho desinflamar.
"Se fizermos um transplante agora, a chance de rejei??o ? muito alta", ponderou a m?dica. "A situa??o dela ? delicada, mas ? revers?vel. Tem chances de recupera??o. O problema ? que ela ter? que passar por uma cirurgia e pode demorar at? seis meses para voltar a enxergar completamente", explicou Cl?udia.
Provid?ncias na escola
Segundo a diretora do col?gio, o aluno apontado como o respons?vel por atirar o giz contra a estudante nega. "Ele est? apavorado. Diz que n?o foi ele e que n?o viu quem foi. Mas temos depoimentos de v?rias testemunhas afirmando que foi ele quem atirou o giz", disse Laureana.
O aluno ainda n?o foi punido. "Eu acredito que ele fez isso sem inten??o de machucar. Foi um ato impensado e infelizmente provocou esse acidente. Mas o que podemos fazer contra esse menor? Vamos orientar e reafirmar que usar estilingue na escola ? proibido", disse Laureana.
A diretora disse tamb?m que os funcion?rios e professores da escola est?o fazendo uma vaquinha para juntar dinheiro e ajudar nas despesas com alimenta??o da estudante, j? que ela tem que se deslocar at? Caxias do Sul uma vez por semana. O transporte est? sendo custeado pela prefeitura do munic?pio.
"Estamos muito preocupados com a situa??o dela. Desde que aconteceu o acidente ela n?o voltou mais ? aula. Mas como o ano letivo est? no fim, ela com certeza vai passar de ano, j? que sempre foi uma aluna dedicad