O estudante Kauan Silva, de 17 anos, morreu após ser agredido por seis pescadores em Guarujá, no litoral paulista. Morador de Mogi das Cruzes, em São Paulo, o rapaz chegou a ser socorrido e levado ao hospital mais próximo, mas não resistiu. Os agressores ainda não foram identificados, segundo apurado nesta segunda-feira (17).
De acordo com a Polícia Civil o caso aconteceu após uma discussão no Jardim Enseada, em Guarujá. A esposa de Kauan, que preferiu não se identificar, relata que eles estavam na região a passeio e acamparam na região do Parque Prainha.
Ela conta que eles estavam junto com uma amiga quando um pescador passou pedindo que eles desmontassem a barraca porque a fiscalização iria passar. Segundo a jovem, eles disseram aos homens que iriam desmontar e, em seguida, foram até a beirada da água para molhar os pés.
A esposa dele relata que o pescador voltou com outros cinco colegas e o marido xingou em voz baixa um deles. De acordo com a companheira, os seis começaram a bater no rapaz.
"Os seis agrediam ele com chutes e soco, e eu só vi meu marido no chão tentando se defender. Como fomos acampar, a única 'arma' que tínhamos era um canivete e feri um dos que estavam agredindo ele. Um deles me bateu com um pedaço de bambu, deu dois socos na minha amiga", desabafa a jovem.
De acordo com o boletim de ocorrência, testemunhas relataram à Polícia Militar que o jovem havia discutido com seis pessoas anteriormente. O grupo, então, teria agredido o rapaz e fugido em seguida. Segundo os relatos, o estudante passou a reclamar de dor, cansaço e dificuldade para respirar e posteriormente foi encontrado caído.
O estudante foi resgatado pelo Samu e levado ao Pronto Socorro de Bertioga. Policiais militares foram acionados para comparecerem ao PS, onde a vítima havia dado entrada. Apesar de ser socorrido com vida, o rapaz não resistiu.
Apesar do registro do boletim de ocorrência alegar que houve discussão, a família do rapaz nega, e diz que foi uma agressão. "Houve agressão direto, seis contra um", disse o amigo Wellington Campos. Durante a entrevista, o sogro Risméris Leite da Cruz e o irmão Kaue da Silva Soares relataram que buscam por justiça.
A Polícia Civil informou que exames periciais foram solicitados ao Instituto Médico Legal (IML). O caso foi registrado como lesão corporal seguida de morte na Delegacia de Guarujá.
Hospital
A reportagem procurou o Hospital Municipal de Bertioga e o Samu, que informaram que o corpo do estudante foi levado da Prainha Branca pelo Corpo de Bombeiros e entregue ao Samu, que fez todas as tentativas de manobras de ressuscitação. O paciente deu entrada ao Pronto Atendimento do Hospital já em óbito.