O rosto da estudante de medicina Thájara Fernandes, 24 anos, teve fraturas graves depois que ela sofreu um acidente de trânsito há cerca de um mês. Mas depois do atendimento prestado pelo Hospital de Urgência de Teresina (HUT), que realizou cirurgia de reconstrução da sua face, é uma questão de tempo para que sua fisionomia volte a ser exatamente a mesma de antes do acidente.
Após o acidente, ela teve receio que as lesões alterassem sua fisionomia e deixassem alguma deformação. “Antes da cirurgia, a equipe médica me explicou todo o procedimento e me deixou mais tranqüila. A sutura foi feita com muito cuidado para ficar o mínimo de cicatriz visível. No entanto, como tive uma fratura extensa e bem próxima ao olho, ainda vou precisar passar por outro procedimento reparador com um cirurgião plástico, mas tudo deve ficar como antes”, ressalta.
A reconstrução do rosto da estudante e de todos os pacientes que precisam da cirurgia é feita com base em imagens de tomografia em 3D. “O caso da Thájara era muito grave e o exame mostrou com precisão todas as fraturas. Então, utilizamos placas metálicas e parafusos para o processo de estabilização das fraturas, deixando seu rosto sem qualquer prejuízo estético”, explicou o cirurgião buco-maxilo-facial do HUT, Dr. Salomão Oka.
O HUT é a unidade de saúde que mais realiza esse tipo de cirurgia no Brasil entre 463 hospitais aptos a fazerem o procedimento. Os dados são do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Foram 286 cirurgias de redução e fixação de fraturas de face utilizando parafusos e placas metálicas.
O Hospital de Urgência de Teresina também está entre os hospitais que mais realizam cirurgias de face sem o uso de placas e parafusos. Ficou em terceiro lugar, com 472 procedimentos entre 993 hospitais do Brasil. Foi no ano de 2016 que o HUT encabeçou pela primeira vez a lista dos que mais realizam o procedimento.
80% das fraturas de face ocorrem por acidentes com moto
Cerca de 80% dos pacientes que passam por algum tipo de cirurgia de fratura de face são vítimas de acidentes com motocicleta. Os demais são vítimas de outros tipos de acidentes de trânsito e de violência por agressão física ou arma de fogo.
“Essa estatística do HUT é alarmante, porém também nos mostra o patamar de excelência que o nosso hospital vem alcançando nos últimos anos. Nossa equipe de cirurgiões buco-maxilo-faciais é altamente especializada e está conseguindo dar uma resolutividade incrível para o maior hospital de urgência e emergência do nosso Estado. Estamos atentos a todos os casos que chegam ao HUT e que necessitam de uma atenção mais especializada. Alta complexidade em urgência e emergência na área de buco-maxilo-facial é no HUT”, destacou o cirurgião Dr. Salomão Oka.
As cirurgias de reconstrução de face são bastante complexas e tem um custo elevado para o Hospital. “Para se ter uma ideia, em um único procedimento, é possível utilizar até 70 parafusos e uma média de 15 placas, cada uma com um custo médio de R$ 400,00”, ressaltou a diretora geral do HUT, Dra. Clara Leal.
Entre janeiro e maio deste ano, o HUT atendeu 4.049 vítimas de acidentes de trânsito. Dentre estes, 3.441 foram vítimas de acidentes com motocicleta, 164 vítimas de acidentes com carro, 406 atropelamentos e 38 outros meios de transporte. No total geral, o HUT realizou 22.779 atendimentos e 5.514 cirurgias, também entre janeiro e maio deste ano.