Os estudantes do campus Ministro Petrônio Portella, da Universidade Federal do Piauí (UFPI), interditaram a entrada da instituição, na tarde da terça-feira (14), em protesto contra o contingenciamento de verbas anunciado pelo Ministério da Educação. Durante o ato, os universitários gritavam “A educação é o futuro da nação". Nesta quarta-feira (15), estudantes de instituições federais de ensino de todo o Brasil vão realizar a Greve Nacional da Educação.
Em Teresina, o ato está previsto para as 9h da manhã, na Praça da Bandeira, em frente ao prédio do INSS, para exibição de cartazes e disponibilização de informações para a população.
Crédito: Ananda Soares
Não é a primeira vez que a estudante do último período de Comunicação Social - Jornalismo, Joana D'Arc Correia Almeida, participa de atos pela educação. Ela veio de escola pública e afirma que vem reivindicando direitos básicos desde o Ensino Médio. Já participou de outras manifestações nacionais e garante a importância da participação do corpo estudantil para garantir direitos.
“Talvez não vá ocorrer uma assembleia geral que consiga tirar movimentações definitivas contra o governo, mas acredito que vai ser um ato para mobilizar o povo, chamar para a rua para entender o que está acontecendo e mostrar o porquê de não poder cortar orçamento para educação. A pesquisa e extensão da universidade são importantes e as fundações dela precisam ser defendidas”, argumenta.
Na semana passada, o reitor da UFPI, Arimateia Dantas Lopes, informou que se continuar mantido o contingenciamento dos recursos, a instituição fechará as portas em setembro. O bloqueio de mais de R$ 33 milhões de reais representa quase 50% do orçamento da UFPI para o período entre maio e dezembro de 2019.
Serão cortados R$ 1,5 milhão de programas de pesquisa, ensino e extensão e R$ 2,8 milhões que financiam o funcionamento de três escolas vinculadas, que são os Colégios Agrícolas de Teresina, Floriano e Bom Jesus. Também haverá o bloqueio de R$ 28,7 milhões para funcionamento do ensino superior.
O ato, em sua maioria, está sendo organizado e divulgado pelas Centrais Sindicais do Estado, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), e por organizações autônomas que incluem artistas, comitês de bairro e comunidades de estudantes.
“Este ato chama para reivindicar para que os cortes não sejam feitos, porque os cortes nas universidades públicas, nos institutos federais e nas fundações públicas, hoje em dia, quer dizer cortar a saúde, lazer, oportunidade de emprego e diploma do povo”, afirma a estudante Joana D’Arc.
Crédito: Ananda Soares
Allícia Nascimento, também estudante de Jornalismo, está no 5º período e comenta que seu curso se organizou, realizando uma assembleia para discutir a paralisação. “O ato não é só nosso, não é só do movimento estudantil, é também dos demais trabalhadores. A gente vai em busca não só de defender a nossa universidade como estudantes, como também para defender o trabalho de todos os terceirizados que fazem parte da universidade e que estão correndo o risco de perder seu emprego. É importante que amanhã todo mundo que preze pela educação, principalmente do povo preto e do povo pobre, vá às ruas lutar pelo direito de todos nós”, convoca.