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Após seis dias de ocupação da casa de Dona Madalena de Nº 1799, que se localiza na Rua Félix Pacheco, centro de Teresina, o movimento “Viva, Madalena” tem ganhando força, com apoio do Ministério Público Estadual, Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves (FMCMC) e de vereadores locais, no entanto, até o momento nenhuma medida concreta foi tomada e a ocupação segue sem previsão de acabar.
A estudante de Arquitetura, Débora Moura, uma das ocupantes, explica que além da preservação histórica, o movimento tem como objetivo fortalecer a Legislação Municipal que trata do patrimônio histórico.
“A nossa principal luta é para que a casa não seja demolida. Inclusive, já foi embargada pelo Ministério Público, agora a gente pretende transformar a Legislação Municipal sobre o patrimônio histórico, para que seja mais rigorosa e dê maior atenção a nossa história, já que Teresina está acabando seu centro histórico, transformando em estacionamento”, esclarece.
Mesmo a casa de Dona Madalena fazendo parte do centro histórico de Teresina, foi encontrada por estudantes um tanto que descaracterizada. O estudante de Direito, Marcelo Pacheco afirma que a residência de Dona Madalena já apresenta graves destruições nos cômodos, como nos pisos e tetos.
“Quando a gente chegou, a casa já estava em estado de extrema deterioração. A gente retirou os escombros e limpou a casa. Mas já surgiram rachaduras nas paredes de traz, o piso já está se soltando bem mais, porque chove e o piso que é de madeira resfria, fica úmido e de dia aqui faz muito calor, a madeira estala e o piso solta. A gente nota que a casa por si já está perdendo o seu valor”, relata.
Além da preservação do patrimônio histórico da capital, os estudantes universitários têm lutado para que as características da residência de Dona Madalena sejam mantidas e que o espaço sirva para divulgação cultural. É o que confirma o estudante Marcelo Pacheco.
“A gente já se considera vitorioso. Mas a intenção do movimento, é chamar atenção das autoridades, da mídia e da população para que algo seja feito no sentido de ocupar as casas com culturas, transformar esses casarões antigos em galerias, pode ser museu, pode ser escolas ou local para oficinas”, sugere o estudante.
Os jovens que decidiram ocupar a casa histórica, desde a última quarta-feira, 01, denunciaram as autoridades e a imprensa local sobre a deterioração que a residência vinha passando. Para se manterem na residência, eles têm feito revesamento entre si e levado mantimentos e colchonetes.
A casa de Dona Madalena data da década de 1938, do século XX e possui 10 cômodos com três quartos. É feita de adobe, com telhas artesanais, janelas e portas em estilo colonial e possui cinco tipos de piso, dentre eles o amadeirado.
De acordo com a Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves já foram feitas denúncias formais para a Superintendência de Desenvolvimento Urbano (SDU/ Centro/ Norte), para o Ministério Público através do Núcleo de Cidadania e Meio Ambiente e da Promotoria de Justiça. A FMCMC sugere ainda que os próprios donos do imóvel tomem alguma decisão.
O gerente de fiscalização da SDU Centro/ Norte, Enes Costa, confessa que antes da ocupação dos estudantes nada era percebido de anormal ou denunciado quanto a residência histórica, já que a parte frontal permanece intacta. No entanto, este garante que os proprietários possam ser responsabilizados pelos danos no local.