É comum que certa obsessão por gatos seja folcloricamente apontada como sintoma de loucura. Apesar de parecer generalização rasteira, sob influência de filmes e histórias infantis, uma polêmica pesquisa recente levanta a possibilidade dessa ligação não estar totalmente incorreta.
Segundo estudo publicado no jornal “Schizophrenia Research”, indicou que mais de 50% das crianças que, na vida adulta, serão diagnosticadas com esquizofrenia possuíram gatos ao longo da vida. O resultado se alinha a dois outros estudos realizados nos anos 1990. A resposta para tentar descobrir a razão dessa ligação pode estar no toxoplasma gonddi, um parasita unicelular.
Presente em alguns gatos, o parasita pode se alojar no cérebro e formar cistos microscópicos. Os pesquisadores acreditam que esse cisto pode causar doenças e afetar os neurotransmissores cerebrais no futuro. O parasita é excretado pelo felino em suas fezes.
Claro que para o resultado ser realmente incontestável seria necessário uma porção de outros apontamentos e comprovações no que diz respeito às causas de uma doença tão complexa quanto a esquizofrenia. Propensões genéticas e influências contextuais e culturais parecem ser motivos muito mais diretamente reconhecidos como causas da doença do que a presença dos gatos – que, até que se prove o contrário, não passa de uma mera coincidência no colo de bruxas, vilões e caricatos loucos de filmes.