Ex-dono de leão que reapareceu após sumiço explica hoje que foi sequestro

Animal foi sequestrado em SP e encontrado no criadouro do antigo dono

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O leão Rawell que foi sequestrado em Monte Azul Paulista (SP) e levado para o criadouro do ex-dono em Maringá, no norte do Paraná, deve continuar no local por tempo interminado. A informação foi confirmada ao pelo delegado Leandro Roque. Ele disse ainda que o ex-dono do animal Ary Borges, que é suspeito de ter cometido o sequestro, deve se apresentar à polícia juntamente com o advogado para dar explicações sobre o caso ainda nesta segunda-feira (5). A princípio ele teria doado o leão, há cinco anos, para o criadouro em São Paulo.

No sábado (3), um funcionário do criadouro de Maringá foi preso por desobediência porque não permitiu que os policiais entrassem no local. Segundo o delegado Leandro, o furto do animal ocorreu após uma discussão entre os donos dos criadouros do Paraná e de São Paulo.

"O Ary apresentou um documento do Ibama que diz que ele é o fiel depositário do animal. Eles tentaram entrar em acordo, mas não conseguiram. Foi aí que o Ary decidiu agir com as próprias mãos", afirmou o delegado.

Já o delegado Carlos Arnaldo Nicodemos Andrade, que investiga o caso no interior de São Paulo, confirmou que Ary doou o felino em 2009 ao centro de reabilitação de onde o animal foi levado. ?Temos a cópia desse documento que dá ciência da doação, datado de 2009, com doação assinada pelo Ary. Não existe outro documento posterior, não é do meu conhecimento?, afirmou o delegado.

Entenda o caso

O animal tem 9 anos e foi sequestrado na quinta-feira (1º). O médico Oswaldo Garcia Junior, dono do criadouro onde Rawell estava, diz que homens arrombaram o portão do centro de reabilitação, abriram a jaula e sequestraram o felino.Imagens de câmeras de segurança de uma chácara vizinha mostram uma caminhonete invadindo o criadouro com um objeto parecido com uma jaula na carroceria.

Nas gravações também aparecem dois homens andando pela rua que dá acesso ao local com um objeto que, segundo a polícia, pode ter sido usado para sedá-lo. Os homens saem em marcha a ré e vão embora carregando o felino, ainda conforme a polícia.

Uma perícia feita no local do crime apontou que o leão provavelmente foi dopado e arrastado antes de ser sequestrado. Segundo o perito criminal Nilceu Fortunato, os criminosos sabiam bem como lidar com o animal.

Sem autorização

Em 2013, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que o mandenedouro de Ary Borges não tem autorização para reproduzir felinos em cativeiro.

A informação foi divulgada após a Justiça de determinar a vasectomia em 12 tigres do local. Segundo o Ibama, Ary não pode reproduzir nem vender os felinos, tem apenas a autorização para mantê-los em cativeiro.

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