A história de Selma Teixeira, 51 anos, ganhou um novo capítulo após passar por uma tratamento cardíaco e uma cirurgia bariátrica. 25 anos após se tornar freira, ela resolveu deixar o celibato por causa de sua paixão por uma médica que conheceu durante as consultas de rotina.
''Sou uma ex-freira, ex-madre superiora, que abandonou os votos de castidade, pobreza, obediência, clausura e o mais alto posto que uma mulher pode alcançar na igreja católica por causa do meu coração'', afirmou.
Em seu depoimento ao Universa, Selma conta que se apaixonou por uma das pessoas que salvou sua vida. ''A paixão arrebatadora foi o apagar das luzes de 25 anos de dedicação exclusiva à igreja. Eu vivi no celibato e no enclausuramento por quase três décadas, mas isso não significa que a minha vida até aqui não tenha sido movimentada'', desabafou.
''Durante o meu tratamento, fui acompanhada por uma médica que se tornou minha amiga. Eu sentia muita gratidão por ela ter sido uma das profissionais que salvou a minha vida e como tínhamos um gosto musical semelhante, em uma das minhas viagens, comprei um box do compositor clássico francês Claude Debussy e dei de presente para ela''
''Em um dos meus exames, cheguei no consultório e ela tinha colocado Debussy para tocar. Ela me deu um beijo inesperado e eu, claro, não correspondi. Demorei muito tempo para perceber que tinha me ligado afetivamente a ela. Eu resolvi um problema de saúde, mas ganhei um problema afetivo.Fiquei confusa e, como eu tinha direito a uma licença de três anos, decidi pedir afastamento por um ano para refletir e dar continuidade ao meu tratamento em São Paulo''
Selma acrescenta que decidiu pedir para a igreja anular seus votos de castidade e escreveu uma carta para a madre superiora do mosteiro mãe, que juntou outros documentos da sua vida religiosa e enviou para o Vaticano.
''Na carta de retorno, o papa Francisco me agradeceu pelos anos de dedicação à vida religiosa e à igreja católica, disse que estava rezando para que eu fosse feliz e que daquele momento em diante eu estava totalmente desligada dos votos, que poderia ter novas relações e até contrair matrimônio'', disse.
''Eu me casei, mas não foi o único e tradicional casamento abençoado pela igreja católica. Tampouco me casei com a médica que me roubou o beijo que foi decisivo para o fim do meu tempo como madre superiora. Hoje me considero uma pessoa melhor e a teologia e filosofia são parte disso. Minha relação com a igreja mudou, mas a minha fé em Deus e em Nossa Senhora continua inabalável'', finalizou.