Morreu nesta sexta-feira (24), aos 84 anos, o ex-deputado Ibsen Pinheiro. Ele foi presidente da Câmara durante o processo de impeachment de Fernando Collor de Mello, em 1992. Ibsen estava internado no Hospital Dom Vicente Scherer, na Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre.
Filiado ao MDB do Rio Grande do Sul, foi deputado federal por quatro legislaturas, entre 1983 e 2011. Ibsen também foi integrante da Assembleia Nacional Constituinte, responsável pela Constituição de 1989.
Além da carreira política, Ibsen era jornalista, advogado e atuou como promotor e procurador da Justiça. Ele trabalhou na Rádio Gaúcha e Zero Hora, durante a década de 1960 e depois, retornando em 1971.No futebol, ele foi presidente do Inter.
Repercussão
Em uma rede social, o presidente da Câmara do Deputados, Rodrigo Maia, lamentou a morte de Ibsen e disse que ex-deputado comandou a casa em um dos momentos mais importantes da democracia brasileira, além de ser um exemplo.
"Ibsen foi um exemplo para mim, tive a oportunidade de conviver e aprender muito com ele. Perdemos um homem público diferenciado", escreveu Maia.
O ministro da Cidadania, Osmar Terra, afirmou que Ibsen foi um dos mais brilhantes políticos brasileiros. "Com uma enorme capacidade de formulação e de compreensão da política. Fará muita falta ao Rio Grande e ao Brasil!", escreveu em uma rede social. O Sport Club Internacional também prestou homenagem ao político e ex-presidente do time. "Nossos caminhos estarão ligados para sempre. A paixão e o trabalho de Ibsen Pinheiro levaram o Clube do Povo ao topo do Brasil", postou o clube.
O governador Eduardo Leite (PSDB) lamentou a morte e decretou luto oficial de três dias no Rio Grande do Sul. "Recebi com tristeza a notícia do falecimento do deputado Ibsen Pinheiro. Ibsen foi homem público incansável na luta por um país melhor. Sua trajetória política, marcada pelo diálogo e pelo respeito, deixa grande legado ao Brasil", escreveu Leite.
Natural de São Borja, Ibsen Pinheiro morava no bairro Petrópolis, em Porto Alegre. A carreira na política começou em 1976, quando foi eleito vereador de Porto Alegre pelo MDB. Dois anos depois, elegeu-se deputado estadual e em 1983, deputado federal, retornando em 1986.
No início da década de 1990, Ibsen Pinheiro foi um dos nomes mais importantes da política nacional, presidindo a Câmara dos Deputados em Brasília, entre 1991 e 1993. No ano seguinte, acabou afastado da vida política diante do escândalo dos anões do Orçamento. Ele teve o mandato cassado por 296 votos a favor e 139 contra, em um processo polêmico. A ação criminal foi arquivada por falta de provas.
O jornalista voltou à câmara dos deputados em 2006 e, em 2014, se reelegeu deputado estadual, cumprindo seu mandato na Assembléia Legislativa até 2018. A esposa de Ibsen, a jornalista Laila Pinheiro, morreu em 2013. O político deixa um filho e uma neta.