Exames para nova gripe só serão feitos em casos graves

Ministro diz que objetivo é garantir leitos para quem realmente precisa

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O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, informou nesta sexta-feira (3) que os exames laboratoriais para confirmação de Influenza A, a nova gripe, serão feitos somente nos "casos graves", ou em amostras, como é o caso de surtos localizados - em empresas ou escolas, por exemplo.

"A orientação é para que as pessoas, ao sentirem sintomas de gripe, procurem seu médico mais próximo, como sempre fizeram. Não há nenhuma relação entre fazer ou não o exame de diagnóstico com a evolução da doença", disse Temporão.

Quando ir ao médico

O ministro disse ainda que "de médico e louco, todos têm um pouco". "Muita gente se automedica para quadros clínicos que não são, necessariamente, gripe. Temos o resfriado, que é diferente. A gripe se caracteriza por aparecimento súbito e febre. Se não tem febre, ou quadro complicado, não precisa sair correndo para ir ao médico. Se a febre vem acompanhada de outros sintomas, como tosse, dor articular ou de garganta, recomenda-se que vá a um médico", disse Temporão.

Sintomas leves

Segundo o ministro, se os sintomas forem "leves", o médico recomendará isolamento domiciliar, período de afastamento do trabalho e vai prescrever o tratamento dos sintomas. Nesses casos, explicou ele, não será pedida confirmação via exame laboratorial.

Se o caso "inspirar cuidados" ou for "grave", informou Temporão, indicando necessidade de internação, o paciente será encaminhado para um dos 68 hospitais de referência no tratamento da doença. "Queremos garantir leitos para as pessoas que realmente precisam", disse o ministro.

Sem transmissão sustentada no Brasil

Ele reafirmou que, no Brasil, ainda não há "evidências de transmissão continuada" do vírus Influenza A, e voltou a dizer, também, que o índice de "letalidade" (morte) da nova gripe se aproxima do registrado na gripe tradicional, ou seja, em torno de 0,4%.

Resultados do Instituto Adolfo Lutz

Ao justificar a nova orientação de só realizar exames laboratoriais para casos considerados mais graves, Temporão citou dados do Instituto Adolfo Lutz, de São Paulo (SP). Segundo ele, dos 1.768 exames para Influenza A realizados nos últimos dois meses, 51% foram negativos para qualquer tipo de gripe, enquanto 24% foram positivos para gripes (que não sejam a Influenza A), e 24% tiveram exames positivos para a nova gripe.

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