A exposição de vídeos nas redes sociais com a participação de adolescentes em condições extremas de conflitos e agressões no ambiente escolar foi tema de discussão no programa Agora, da Rede Meio Norte, exibido nesta sexta-feira, 13. Instituições estaduais e municipais de ensino em Teresina têm servido de espaço para combates de forma semelhante ao The Ultimate Fight (UFC), como denominam os envolvidos nas disputas.
Os entrevistados, capitão Tiago, do Pelotão Escolar, e Lêda Castro, gerente de Inclusão e Diversidade da Seduc-PI, após analisarem os vídeos exibidos pelo Agora foram unânimes em considerar que o fator preponderante no contexto não são as brigas propriamente ditas, mas ?o fato das pessoas assistirem isso e acharem que se trata de um circo?, o que, segundo ele abre espaço para o bullying e o cyberbulliyng (tipo de violência aplicada a alguém no universo virtual), ?que tem que ser combatido diretamente porque pode culminar numa situação mais grave?.
Somente em agosto foram 137 ocorrências atendidas em 156 escolas da rede estadual de Ensino em Teresina, segundo dados fornecidos pelo entrevistado. ?O policiamento tem se desdobrado, tem feito o possível e o impossível para manter esse índice?, conclui.
?As violências só existem porque existem as desigualdades sociais?, disse Lêda Castro ao enfatizar que ?temos que conhecer a escola e o perfil do cidadão que nós temos e que queremos formar?.
Como ações do governo do estado que visam inibir o crescimento dessas ocorrências a gerente aponta investimentos já feitos no projeto cidadão-mirim; no pelotão escolar; e também no programa Mais Educação, que contempla mais de 200 escolas do estado por meio da Escola de Tempo Integral. ?Dentro dessas escolas são trabalhados eixos de enfrentamento na Cultura, Educação e Direitos Humanos e Esportes.
A escola Cícero Portela, no Parque Piauí, já enfrentou diversas situações de conflito entre alunos. Hoje o perfil da instituição mostra um cenário positivo a partir de medidas adotadas pelo diretor, que resolveu conversar e acompanhar o dia a dia dos alunos da entidade nas redes sociais. A situação, que se mostrava desfavorável durante anos, começou a se reverter e já mostra bons resultados, pois há dois meses não há conflito entre os alunos.
O debate foi levado ao ar, a partir de uma ocorrência entre duas estudantes do Mato Grosso no ambiente escolar que culminou na morte de uma das integrantes, que era menor de idade.