Na tarde desta terça (29), a primeira fábrica brasileira de mosquitos da dengue foi inaugurada.
Parece bizarro, mas trata-se de uma iniciativa que pode trazer grandes avanços à saúde pública. Isso porque os 2 milhões de Aedes aegypti produzidos por semana na fábrica são geneticamente modificados para não deixar descendentes.
O método já foi liberado pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) em abril, mas os insetos transgênicos ainda não podem ser comercializados - falta a autorização da Anvisa. Testes realizados na Bahia apontaram uma redução de 90% no total de mosquitos selvagens nas regiões em que os transgênicos forma introduzidos.
O serviço, segundo estimativa da Oxitec, empresa que fabrica os mosquitos, custa de R$ 2 milhões a R$ 5 milhões para uma cidade de 50 milhões de habitantes.
Como funciona
Os mosquitos têm um gene extra em seu DNA que impede que seus descendentes cheguem à fase adulta. Eles morrem quando estão no casulo.
Apenas os machos transgênicos são soltos na natureza para copularem com as fêmeas selvagens, sem resultar em descendentes adultos. Só os machos são soltos porque eles não picam o ser humano.
Um vídeo publicitário da empresa mostra o mecanismo da técnica dos mosquitos transgênicos
Não devemos ficar com medo?
Segundo o site IFLScience, o maior risco de organismos geneticamente modificados é a hibridização, quando transgênicos começam a se misturar descontroladamente com outras espécies. No entanto, o site afirma que a técnica é segura porque os mosquitos transgênicos têm traços genéticos que não podem ser passados para humanos.