Na noite de ontem, sexta-feira, 10 de julho, Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, saiu do Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona Oeste do Rio de Janeiro após ter recebido o benefício da prisão domiciliar.
Queiroz deixou o complexo por volta das 21h20, com uma tornozeleira eletrônica. Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou que aguarda o comparecimento da mulher do ex-assessor em sua Coordenação de Patronato Magarinos Torres, para que ela também receba uma tornozeleira.
Habeas corpus
O benefício da prisão domiciliar foi concedido após uma decisão do ministro João Otávio Noronha, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), na quinta-feira (9).
Uma das filhas dele deixou uma mensagem emocionada avisando que ia buscar o pai no Complexo Penitenciário de Gericinó. "Estou indo te buscar, meu pai! E você vai ter o abraço de todos os seus filhos que estão cheios de saudades e tanto te amam e sabem o homem incrível que você é!", disse a filha na mensagem.
Operação Anjo
Queiroz está preso desde 18 de junho, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Anjo.
A defesa afirma que o ex-assessor está fazendo um tratamento contra um câncer e usou como argumento o "atual estágio da pandemia do coronavírus". Os advogados disseram que Queiroz "é portador de câncer no cólon e recentemente se submeteu à cirurgia de próstata".
O benefício também contempla a mulher de Queiroz, Márcia Aguiar, cuja prisão foi determinada na operação e é considerada foragida. De acordo com a defesa, ela vai se apresentar.
Queiroz é alvo de investigação sobre o esquema das "rachadinhas" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Regras
Para a concessão da prisão domiciliar, a defesa teve que indicar o endereço onde o casal deve cumprir a prisão domiciliar. Será na Taquara, na Zona Oeste do Rio. Autoridades policiais terão acesso ao local sempre que for necessário. Também há a proibição de contato com terceiros, menos familiares próximos, profissionais de saúde e advogados.
Foi determinado o desligamento das linhas telefônicas fixas e a entrega de todos os telefones móveis, assim como computadores, laptops e tablets.
A medida foi tomada porque, de acordo com a investigação, havia uma interferência de Queiroz nas investigações.