Família de jovem morta após tomar remédio para emagrecer cobra laudo

Juliana da Silva, de 26 anos, morreu há 3 meses em Aparecida de Goiânia

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A família de Juliana da Silva, de 26 anos, morta após tomar remédio para emagrecer há três meses, em Aparecida de Goiânia, reclama da demora para sair o resultado do laudo sobre a morte e cobra agilidade do Instituto Médico Legal (IML). Segundo a família, ela começou a passar mal depois de tomar medicamentos para emagrecer receitados por uma médica pediatra.

Juliana tinha 1,76 metros e pesava 92 quilos. Insatisfeita, segundo a família, ela procurou uma clínica de estética para iniciar o tratamento. Após passar mal depois de tomar dois remédios, a jovem não resistiu e morreu no dia 27 de dezembro do ano passado, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana.

De acordo com Secretaria Municipal de Saúde, a principal suspeita é que ela tenha se intoxicado com medicamentos compostos pelo antidepressivo fluoxetina e por sibutramina, inibidor de apetite que teve o uso restrito, segundo determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de outubro de 2012.

?Até hoje nada aconteceu ainda. Já denunciei na delegacia de polícia e o IML não deu posição nenhuma?, reclama o viúvo de Juliana, Claudio Coelho de Jesus.

Segundo ele, antes de morrer, Juliana chegou a ser atendida em outros hospitais. Ela passou por um hospital particular, um Centro de Assistência Integral à Saúde (Cais) e pela Unidade de Pronto Atendimento de Aparecida de Goiânia, onde foi diagnosticada com intoxicação e morreu.

O tratamento era feito com a médica Simone Rosa Castro, que atende em duas clínicas na capital. Ela foi denunciada pela família ao Conselho Regional de Medicina (CRM), mas a advogada dela negou qualquer erro no tratamento: ?Não há nenhuma negligência. A paciente foi atendida normalmente e até o momento a gente ainda não tem declarado pelo IML a causa-morte da paciente Juliana?, declarou Nívea de Paula.

Pediatra

A advogada explicou que a médica aparece no CRM como pediatra, mas que não atende mais crianças porque teria mudado a especialidade. ?Ela já faz o curso em nutrologia e já vai prestar a prova de título, mas ela já vem há alguns anos se especializando nessa área?, argumenta.

O 1º Distrito Policial de Aparecida de Goiânia é responsável por conduzir as investigações, mas o caso só pode avançar depois que os exames feitos pelo IML forem concluídos. Sem os laudos, a família se sente desamparada: ?Ela não tinha problema nenhum de saúde, tinha 26 anos e a vida toda pela frente e do nada tudo isso acabou. Está todo mundo sofrendo muito com a falta dela?, lamenta o viúvo.

O Instituto Médico Legal disse que alguns laudos demoram um pouco mais para ficarem prontos e que essa situação é normal. O IML não deu previsão para que o documento fique pronto.

Já o Conselho Regional de Medicina afirmou que pediu esclarecimentos à médica denunciada e aos diretores das unidades de saúde onde Juliana foi medicada para tentar entender onde aconteceu o erro que resultou na morte da jovem.

Sobre o fato da médica Simone Rosa de Castro, que é pediatra, ter indicado a Juliana um emagrecedor, o Conselho de Medicina explicou que o Código de Ética não impede que os médicos receitem remédios, mesmo que ele não seja o especialista da área procurada pelo paciente.

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