A emoção e a presença de cerca de cem amigos e familiares marcaram o enterro do taxista Ércole Castro Silveira, de 58 anos, no início da tarde deste sábado no cemitério Parque da Paz, em Alcântara. Apesar da dor, o filho e a esposa do motorista afirmaram que perdoam os adolescentes que cometeram o assassinato na noite da última quinta-feira na Linha Amarela, na Zona Oeste.
- Sinto muita tristeza, mas espero que, mais do que a justiça dos homens, eles encontrem Cristo ? contou emocionada a viúva Sueli Silveira, de 49 anos, que trabalha como voluntária em hospitais.
A família, evangélica, contou que Ércole era pastor e uma pessoa tranquila, que nunca havia se envolvido em qualquer tipo de confusão.
- Ele era o animador da família. Vamos sentir muita falta dele, mas não temos ódio. A lei tem que existir. Os adolescentes foram levados para a Delegacia de Proteção a Criança e Adolescentes, mas quem precisa de proteção somos nós ? desabafou o cunhado de Ércole, Ebenézer de Oliveira Rodrigues, de 40 anos.
O presidente da cooperativa onde a vítima trabalhava Lauro César Miranda pediu a solução do caso.
- É inexplicável acontecer um crime tão bárbaro. Atuo na praça há 31 anos e nunca vi algo assim. É incrível que ninguém na via expressa não tenha visto nada ? disse.
Enquanto o corpo era sepultado, a esposa Sueli cantou músicas religiosas. No fim do enterro, os taxistas da mesma cooperativa da vítima saíram em carreata até a Delegacia de Proteção a Criança e Adolescentes (DPCA).