Família prepara todo enterro, mas corpo de idosa de 102 anos simplesmente desaparece

Parentes querem desenterrar cadáver para sepultar.

Família encomendou coroa de flores com mensagem carinhosa na qual se referiam à idosa como "nosso tesouro" | Alexandre Vieira / Agência O Dia
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Ninguém acompanhou o enterro da aposentada Maria Antonieta da Conceição Silva, 102 anos. Depois de aguardar a tarde inteira pela cerimônia no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte, seus familiares receberam uma notícia que os deixou revoltados: enquanto esperavam a chegada do corpo, a idosa tinha sido sepultada como indigente. A administração do cemitério não comentou o caso.

A família de Maria Antonieta chegou no início da tarde desta segunda para o velório, marcado para às 16h. Às 17h30, após cobrar explicações diversas vezes sobre o paradeiro do corpo, dizem terem sido informados pela administração do cemitério que a aposentada já tinha sido enterrada.

?Falaram que tocaram o sino e nenhum parente apareceu. Acharam que era indigente. Nenhuma família merece passar por isso. Pagamos plano funerário para colocá-la na gaveta?, reclama a pensionista Leonidia Carolino da Silva Lino, 63 anos.

Ela pediu para o cemitério retirar o corpo da sepultura e fazer um enterro digno. De acordo com Leonidia, a administração argumentou que só poderia realizar a exumação com autorização judicial.

?Não sabemos se é a minha mãe que está enterrada lá. Não pudemos ver nem o caixão. Eles querem que eu acredite no que estão falando e vá dormir tranquila? Não saio daqui enquanto resolverem essa confusão?, critica.

A família da idosa procurou o plantão judiciário do Tribunal de Justiça na noite de ontem para tentar pedir a exumação. O caso foi registrado na 31ª DP (Ricardo de Albuquerque) como inumação ou exumação de cadáver.

Cerca de 50 pessoas compareceram ao cemitério para acompanhar o enterro da idosa, que morava em Nova Iguaçu. O ônibus e a Kombi alugados para levar amigos e familiares à cerimônia ainda esperavam o grupo às 22h. Eles se recusavam a ir embora enquanto não houvesse velório.

?A administração do cemitério negou o dia inteiro que o corpo tinha chegado. A funerária falava que já tinha deixado minha mãe lá. Na hora do cemitério fechar admitiram que a enterraram?, reclama Faustino Carolino da Silva, 60 anos, filho da vítima.

Maria Antonieta morreu ontem no Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, após contrair pneumonia. A família conta que resolveu enterrá-la em Ricardo de Albuquerque porque no município não tinha vaga.

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