A paralisação dos servidores da Secretaria Estadual de Fazenda, iniciada há 48 horas, deve terminar amanhã pela manhã sem que os fazendários e o Governo estadual tenham chegado a um denominador comum. O prejuízo calculado pelo presidente do Sindicato dos Fazendários do Piauí (Sindifaz), Manoel Filho, é de R$ 8 milhões nos dois dias em que a categoria ficou parada. Manoel Filho explicou ao Jornal Meio Norte que os fazendários somam 1.400 funcionários no Estado. Desse total, 30% permaneceu trabalhando para não caracterizar a greve como ilegal.
?Iremos fazer nesta sexta-feira uma assembleia geral onde iremos avaliar o movimento de paralisação e deliberar o que iremos fazer?, afirmou o presidente do Sindifaz, sem descartar uma possível greve por tempo indeterminado. Com a paralisação, apenas cargas perecíveis, medicamentos e cargas vivas foram liberadas para o pagamento de despesa. Apesar disso, empresários, transportadoras e o próprio Governo do Estado, ficaram prejudicados mesmo havendo um sistema de fiscalização nas divisas com os Estados do Ceará, Pernambuco e Maranhão.
?O Governo não se manifestou até agora em relação às nossas reivindicações. Já faz mais de um ano que estamos tentar negociar a modernização do Plano de Cargos e Salários dos fazendários?, completou. Entre os municípios que aderiram à greve estão Picos, Marcolândia, São João da Fronteira, Bom Jardim, Boa Esperança, Uruçuí, Parnaíba, São Raimundo Nonato, Floriano, Campo Maior e Piripiri. A categoria reivindica a incorporação da Gratificação por Incremento de Arrecadação (GIA) ao Vencimento. Todos os servidores da Secretaria de Fazenda, inclusive os auditores fiscais, a recebem.
Os fazendários recebem a GIA proporcionalmente, estando na ativa, um valor maior do que os inativos. A incorporação desse benefício como vencimento, terá um impacto estimado de R$ 46 mil para o Governo por mês, refletidos por aumento dos encargos sociais, sem aumento direto para o funcionário. Os fazendários também pedem a realização de concurso público para Técnico, Auditor Auxiliar, Analista Auxiliar e Auditor Fiscal. Eles alegam sobrecarga de trabalho nos postos fiscais de todo o Estado.
?Não se trata de uma questão financeira imediata. Com as mudanças, também haverá melhoria nas receitas do Estado?, frisou Manoel Filho. Outra reclamação dos servidores é que, nos postos fiscais, os fazendários trabalham sem condição de desenvolver suas funções. ?Onde não há instalações sanitárias, computadores para desenvolver o trabalho, ou cobertura contra intempéries, ou alojamento para os técnicos que estão de plantão?, diz um comunicado do Sindifaz.