Teresina não é área de risco para a febre amarela, e a população não precisa se preocupar com a doença. A vacina só é recomendada aqueles que já têm a dose prevista no calendário e pessoas que vão realizar viagens internacionais ou para as áreas de risco. Esta é a orientação do Ministério da Saúde para todo o país, que está sendo seguida pela Fundação Municipal de Saúde (FMS) na capital.
A vacina, principal forma de prevenção da doença, é prioritariamente recomendada para as crianças de acordo com o calendário de vacinação infantil, que indica imunização aos nove meses de idade, com reforço aos quatro anos. Acima desta idade, neste momento, só é necessário se imunizar as pessoas que vão viajar para as regiões que estão registrando casos confirmados da doença (leste de Minas Gerais, oeste do Espírito Santo, noroeste do Rio de Janeiro e oeste da Bahia) ou para países que exigem comprovante, de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional (RSI), com uma antecedência mínima de 10 dias da partida.
“Estamos registrando uma procura muito grande da vacina nos postos de saúde, acima da capacidade de distribuição diária”, informa da diretora de Vigilância em Saúde da FMS, Amariles Borba. “A Rede de Frio de Teresina está abastecida com vacinas, mas elas precisam de um manejo para a distribuição: um frasco, que contém 10 doses, precisa ser administrado imediatamente pois sua validade após aberto é de apenas três horas. Por isso, concentramos a vacinação em dias específicos em cada sala para que tenhamos total aproveitamento das doses”, informa a diretora. “O que pedimos à população é que procure saber na UBS de sua região quais os dias da semana que acontece a vacinação e compareça”, diz.
Amariles Borba lembra ainda que existem grupos para os quais a vacina da febre amarela é contraindicada: gestantes, independentemente do estado vacinal, mulheres que estão amamentando crianças com até seis meses de idade, pessoas com alergia à proteína do ovo e imunodeprimidos (com o sistema imunológico debilitado). Pessoas com 60 anos ou mais que nunca foram vacinadas devem antes ir ao médico para avaliar os benefícios e riscos da vacinação, levando em conta o risco da doença e de eventos adversos nessa faixa etária ou decorrentes de comorbidades.
A FMS está atenta, monitorando a evolução da febre amarela no país. Trata-se de uma doença infecciosa febril aguda, que possui dois ciclos epidemiológicos distintos de transmissão: urbana e silvestre. “A forma que tem aparecido no Brasil é a silvestre, causada pelo arbovírus do gênero Flavivirus e transmitida pelo mosquito Haemagogus”, esclarece Amariles Borba.
Seus sintomas são febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos) e hemorragias (de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina). O tratamento da febre amarela é apenas sintomático e requer cuidados na assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado.