Até agora, em 2023, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) registrou 94 jornalistas mortos, principalmente devido à guerra Israel-Hamas. Esse número supera os 67 registrados no mesmo período de 2022, incluindo 12 na guerra Ucrânia-Rússia, e é o dobro do total de 47 registrado em todo o ano de 2021. A FIJ expressou profunda preocupação com a situação e apelou por uma melhor proteção dos profissionais de mídia, bem como pela responsabilização dos agressores.
Na guerra entre Israel e o grupo islâmico palestiniano Hamas, que teve início em 7 de outubro, 68 jornalistas foram mortos, resultando em uma média de mais de um por dia, conforme a FIJ. Esse número representa 72% de todas as mortes ocorridas nos meios de comunicação social em todo o mundo este ano. A maioria esmagadora dos jornalistas mortos eram palestinianos na Faixa de Gaza, onde as forças israelenses continuam a ofensiva iniciada após o ataque do Hamas a Israel no início de outubro.
As fatalidades em Gaza ocorreram em uma "escala e ritmo de perda de vidas de profissionais da comunicação social sem precedentes", destacou a FIJ. A Ucrânia permanece "um país perigoso para os jornalistas", mesmo quase dois anos após a invasão russa. Desde o início do ano, a FIJ registrou a morte de três repórteres ou profissionais de mídia na guerra entre Rússia e Ucrânia. A organização, sediada em Bruxelas, também expressou pesar pelas mortes de jornalistas no Afeganistão, nas Filipinas, na Índia, na China e no Bangladesh.
A FIJ observou uma redução no número de jornalistas mortos na América do Norte e do Sul, passando de 29 no ano anterior para sete até agora em 2023. O grupo informou que três mexicanos, um paraguaio, um guatemalteco, um colombiano e um norte-americano perderam a vida enquanto investigavam grupos armados ou casos de desvio de fundos públicos. Na África, a FIJ expressou consternação por "quatro assassinatos particularmente chocantes", incluindo dois nos Camarões, um no Sudão e outro no Lesoto, que até o momento não foram totalmente investigados.
A organização também relatou que 393 profissionais de mídia foram detidos até o momento neste ano, com destaque para 80 casos na China e em Hong Kong. Outros países mencionados incluem Myanmar (54 detenções), Turquia (41), Rússia e Crimeia ocupada (40), Bielorrússia (35) e Egito (23).